Dom Paulo Mendes Peixoto

Bispo de São José do Rio Preto

A principal atenção do cristão deve estar firmada na realização do “Reino de Deus e sua justiça”. É o que proclamamos sempre que rezamos o Pai Nosso, quando dizemos: “Venha a nós o vosso Reino”. É Reino marcado por valores na defesa da vida.

Não é fácil falar em justiça nas realidades de hoje. Ela exige prática de solidariedade, atitudes de respeito para com a cultura, saber entender e conviver com o diferente, com capacidade de diálogo fraterno e atenção bem determinada na construção da paz.

Fazer alusão à justiça do Reino é falar da dignidade das pessoas. O Reino de Deus existe por causa do ser humano, de seu bem e de sua realização como pessoa. Por isto, a prática da justiça deve estar acima de qualquer outra preocupação na vida.

Temos aqui o perigo do dinheiro e das vãs intenções. Significa opção pelos tesouros terrenos ou pelos tesouros do céu, treva e luz, Deus ou dinheiro. Jesus afirma que não é possível servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo. Não ser escravo do dinheiro.

São incompatíveis Deus e acúmulo do dinheiro. O primeiro liberta e dá qualidade de vida. O dinheiro escraviza, divide as pessoas, causa violência e pode ocasionar a morte. Quem faz opção por Deus, por uma vida simples, tem garantida de felicidade.

Estamos numa sociedade que motiva, a todo custo, o consumo como fonte de felicidade. Isto faz as pessoas ficarem confusas diante da insistência da mídia. Até fazem opção por aquilo que não é o objetivo do Reino de Deus, e ficam frustradas.

A realidade é tão gritante que muitos ficam mergulhados no acúmulo, na ganância e numa vida sem sentido. Esses não necessitam acreditar na Providência de Deus. O que têm já constitui o seu próprio deus. A vida fica vazia.

Quando a bíblia fala “não fiquem preocupados com a vida”, não está sugerindo a preguiça, o desinteresse e a acomodação. O que pretende é mostrar a ação de Deus e que a confiança deve estar em suas mãos.

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