A soberania de Deus e nossa fé

No Evangelho de Lucas 17,5 -10, Jesus narra a parábola dos “servos inúteis”, que não deveriam esperar recompensas ou honras por terem cumprido o que simplesmente era seu dever.

A imitação de Cristo é uma luta dura e complexa. Crescemos gradualmente no conhecimento de Deus – mas não de maneira intelectual, racional ou acadêmica – quando cumprimos seus mandamentos.

A fé é a característica decisiva do cristianismo, que lhe dá força e originalidade. O cristão vive da fé que consiste na adesão livre e comprometida com Deus, na crença em seu amor. O que distingue a fé da religião e dos diversos credos é a adesão incondicional à pessoa de Jesus Cristo.

Fé, definitivamente, significa aderir a Jesus Cristo, não uma adesão primeira e necessariamente intelectual, mas adesão de obediência, de comunhão de vida, de aceitação concreta do ideal proposto.

Portanto, a fé se torna um desafio, pois imprime no cristão categorias de pensamento, de comportamento, de sentimento, provocando no homem a escolha de Deus e a libertação de toda a idolatria, sob qualquer nome, aparência e condição.

Essa parábola aplica-se particularmente, aos evangelizadores e, de modo geral, a todos aqueles que estão a serviço da Igreja. Às vezes, queremos fazer uma “carreira” na vida apostólica, mediante promoções, privilégios e outras “recompensas” humanas. Tudo isso está longe dos ensinamentos de Jesus, que deseja que façamos de nosso seguimento a Ele e de nosso serviço aos outros a recompensa e o significado de nossas vidas. Pensamento interesseiro é, por si, ridículo. A pessoa pensa: “Sou bonzinho, cumpro meus deveres, já ganhei o céu” e se esquece que o céu se conquista a cada dia, amando a Deus e aos irmãos, em cada circunstância, com humildade, disponibilidade e amor, e, acima, com perdão e acolhida do diferente.

Dom Eurico dos Santos Veloso

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