Fazer festa, missão da Igreja

Dom Pedro Brito Guimarães
Arcebispo de Palmas – TO

Existem ainda pessoas, até bom intencionadas, que acham que a missão da Igreja é cuidar simplesmente ou estritamente do religioso. E sair desta trilha é cometer um desvio de conduta pastoral. Esquecem que evangelizar é cuidar das pessoas como elas são, onde elas estão, o que elas fazem, como elas vivem e o que elas desejam. Evangelizar é semear a sementinha de mostarda do evangelho no coração da cotidianidade das pessoas.

A Igreja não evangeliza por proselitismo e sim por atração. E também não incentiva a cultura do viver bem, mas a do bem viver, por meio da convivência harmoniosa e sadia e da sobriedade feliz e fraterna. Tanto assim que convencionamos chamar de “Festa do(a) Padroeiro(a) as atividades litúrgicas e espirituais, artísticas e socais paroquiais. Comemoramos a presença salvífica de Jesus, amiga e intercessora de Maria e dos Santos com festa.

Como é bom e bonito ver os irmãos e as irmãs reunidos e unidos (Sl 133). É preciso fazer festa porque festa tem esta cosmovisão simbólica. Fazer festa é missão da Igreja. O povo brasileiro tem fama de ser um povo festeiro e festivo. A rigor, ninguém faz festa para si. Faz-se festa para os outros. Por isto, estamos promovendo, dia 11/08/2018, a terceira edição da Festas dos Estados na Arquidiocese de Palmas. Palmas é uma cidade multicultural. Possivelmente já morou, mora ou morará em Palmas pessoas de todos os Estados do Brasil. Cada uma dessas pessoas tem o seu Estado de nascimento e o seu “estado” de coração, de afeto e de espírito. Palmas é uma cidade dos saudosos e dos carentes de relações interpessoais. Uma vez por ano nos reunimos para festejar esta pluridiversidade palmense. Uma festa para falar ao coração, para se olhar nos olhos, estender as mãos e abraçar a um amigo, para ouvir uma canção, para participar de uma dança típica da nossa infância e, por fim, para saborear as delicias da rica, variada e saborosa culinária de cada micro ou macro região brasileira. Quem nasceu no sul, ou no sudeste, ou centro-oeste, ou nordeste ou ainda no norte poderá encontrar guloseimas e ver, ao menos, uma expressão artística de algumas regiões do Brasil. Além do prazer de comer, certamente encontraremos um amigo que há tempo não vemos; um conhecido que nem sabíamos em qual Estado nasceu; ou até mesmo um desconhecido para se tornar amigo.

É assim a Festa dos Estados. Um misto de diversão e arte, comida e convivência. A Praça dos Girassóis, coração geodélico do Brasil, se transformará em uma cocha de retalhos e em um mosaico, de caras e cores, das bandeiras de cada Estado brasileiro. Por tudo isto, junte a sua turma, forme a sua caravana, vista da camisa do seu Estado de vida e de espírito e venha festejar conosco a III Festa dos Estados da Arquidiocese de Palmas. Então vamos à festa? Lá nos veremos. Até breve!

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