II Assembleia Especial avalia aplicação da exortação “Ecclesia in Africa”

O Sínodo da África, que começou ontem com uma celebração eucarística na Basílica de São Pedro, analisará como se aplicaram as linhas estabelecidas pela

exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Africa.

Foi o que comunicou na sexta-feira em uma coletiva de imprensa Dom Nikola Eterovic, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, em um encontro com os jornalistas realizado no Vaticano.

Ecclesia in Africa foi publicada em setembro de 1995 como conclusão do primeiro Sínodo dos Bispos dedicado a este continente e realizado entre abril e maio de 1994, cujo tema foi “A Igreja na África e sua missão evangelizadora frente ao ano 2000” – “Sereis minhas testemunhas” (At 1, 8).

O Sínodo realizado há 15 anos ofereceu um quadro geral e de conjunto da situação da Igreja Católica neste continente. Ademais, enfrentou os diferentes desafios eclesiais, sociais e políticos cuja maioria segue vigente ainda hoje.

Assim, nesta II Assembleia Especial, dirigida por Bento XVI, buscar-se-á analisar em profundidade a missão da Igreja a serviço da reconciliação, da justiça e da paz, segundo destacou Dom Eterovic. “São temas fundamentais para o presente e o futuro da Igreja Católica na África”, disse.

Assim, neste primeiro dia de trabalho (5 de outubro), durante a reunião da tarde, apresenta-se um informe sobre como foi recebida Ecclesia in Africa, e logo se realiza entre os participantes um debate livre sobre o tema.

Preparação

João Paulo II decidiu convocar uma segunda Assembleia Sinodal para a África em julho de 2004. Em julho de 2006 foram publicados os Lineamenta.

Por sua parte, Bento XVI, durante a visita a Yaoundé (Camarões), em março passado, entregou o Instrumentum laboris da assembleia sinodal aos presidentes das 36 Conferências Episcopais e aos chefes de duas Igrejas orientais católicas sui iuris, assim como da Assembleia da Hierarquia Católica do Egito.

Mártires

Durante sua intervenção, Dom Eterovic referiu-se também à quantidade de pessoas que foram assassinadas na África por defender sua fé nos últimos 15 anos.

Desde o primeiro Sínodo até o ano passado, foram mortos por esta causa 521 agentes pastorais, entre africanos e outros missionários estrangeiros.

“Em 2008, por exemplo, de 20 agentes pastorais católicos assassinados no mundo, 5 eram africanos: 3 sacerdotes, 1 religioso e 1 voluntário leigo, provenientes respectivamente do Quênia, Guiné Conacri, Nigéria e República Democrática do Congo”, assegurou.

Ele destacou a valentia destes mártires. “O Evangelho que eles anunciaram é o verdadeiro sal da terra, garantia de uma evangelização com raízes profundas, capaz de poder resistir a qualquer adversidade. A Boa Notícia, acompanhada pelo límpido testemunho de seu serviço eclesial, converte-se em luz que brilha nas trevas do mundo, às vezes demasiado concentradas em algumas zonas do continente africano”.

Fonte: Zenit

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