O bispo aprofundou o assunto na coletiva desta segunda-feira, 15. Há 52 anos, o Projeto envia pessoas e recursos econômicos de dioceses com mais recursos humanos e financeiros para dioceses com mais dificuldades. Dom Maurício considera como “uma expressão da maturidade da fé”
Na tarde da sexta-feira, dia 12, em sua quinta sessão, a 61ª edição da Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) deu início ao processo de reflexão sobre a atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) com o uso do método discernimento comunitário intitulado de “Conversa no Espírito”

ARTIGOS DOS BISPOS

Dom Jailton Oliveira Lino  
Bispo de Teixeira de Freitas/Caravelas (BA)

 

Em meio à agitação dos tempos modernos, onde as relações humanas são frequentemente marcadas por tensões e conflitos, a 61ª Assembleia dos Bispos do Brasil surge como um farol de esperança, guiando a Igreja Católica no Brasil em sua missão evangelizadora. Inspirados pelo conceito de sinodalidade proposto pelo Papa Francisco, somos chamados a refletir sobre o papel da Igreja em uma sociedade cada vez mais fragmentada. 

 Um Convite à Fraternidade 

O relato de Lucas 24,35-48 não é apenas uma narrativa da ressurreição; é um convite à transformação pessoal e comunitária. Jesus aparece aos discípulos oferecendo paz e compreensão, pedindo que toquem suas feridas e reconheçam sua humanidade. Este gesto é um chamado para que também reconheçamos a humanidade em cada um de nós, superando barreiras e construindo pontes de solidariedade. 

Desafios Contemporâneos e a Resposta da Igreja 

A sociedade atual, com seus nervos à flor da pele, reflete a urgência de uma resposta da Igreja que vá além das palavras. A Campanha da Fraternidade nos lembra que somos todos irmãos, mas como podemos viver essa fraternidade quando somos bombardeados por discursos de ódio e divisão? A resposta está na nossa capacidade de sermos uma Igreja em saída, que não teme se aproximar das feridas do mundo para oferecer o bálsamo da misericórdia. 

Sinodalidade: Caminhando Juntos Rumo à Esperança 

A sinodalidade não é apenas um conceito teológico; é uma prática viva que deve permear todas as ações da Igreja. Caminhar juntos, ouvir com empatia e falar com amor são os pilares que sustentam a nossa jornada rumo a uma Igreja mais inclusiva e acolhedora. A Assembleia dos Bispos é um momento de reflexão sobre como podemos efetivamente ser testemunhas da ressurreição de Cristo em nossas ações cotidianas. 

 A Igreja Como Sinal de Unidade e Paz 

Que ao final desta Assembleia, levamos conosco a certeza de que a Igreja no Brasil está comprometida em ser um sinal de unidade e paz em um mundo fragmentado. Que possamos, inspirados pela palavra de Deus e pela alegria do Evangelho, continuar a nossa missão de evangelizar com coragem e esperança, sendo verdadeiros instrumentos da paz de Cristo.

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)

 

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, 

Junto com o feriado do dia 21 de abril, dia de Tiradentes, celebramos o quarto domingo de Páscoa, também conhecido como o Domingo do Bom Pastor. É um momento oportuno para refletirmos sobre o papel do pastor e a relação entre o rebanho e seu guia espiritual, mas também sobre a natureza da comunidade cristã como um todo. 

Em João 10,11, Jesus nos diz: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.” Essa é uma afirmação poderosa que nos lembra do amor incondicional de Cristo por cada um de nós. Ele não apenas nos guia, mas também está disposto a sacrificar sua própria vida para nos proteger. Isso nos mostra a profundidade do cuidado e da dedicação de Cristo para conosco, seu rebanho. 

O relacionamento entre o pastor e suas ovelhas é baseado em conhecimento mútuo e confiança. Jesus continua em João 10,14-15, dizendo: “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.” Aqui, vemos a importância do conhecimento íntimo que Cristo tem de cada um de nós e da resposta amorosa que ele espera de nós. 

A imagem do rebanho não se limita apenas à relação individual de cada cristão com Cristo, mas também se estende à comunidade cristã como um todo. Em Atos 2,42, lemos sobre a prática da comunidade cristã primitiva: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” Essa comunhão entre os membros da Igreja reflete a união e solidariedade que devem existir entre nós como seguidores de Cristo. 

Os líderes espirituais, os pastores e os bispos têm uma responsabilidade especial dentro da comunidade cristã. Pedro, em sua primeira carta (1 Pedro 5,2-3), exorta os líderes da Igreja a cuidarem do rebanho de Deus não por compulsão, mas de bom grado; não por ganância, mas por devoção; não como dominadores sobre aqueles que lhes foram confiados, mas servindo como exemplos para o rebanho. Eles devem seguir o exemplo do Bom Pastor, que dá sua vida pelas ovelhas. 

Neste quarto domingo de Páscoa, somos convidados a refletir sobre a relação entre Cristo, o Bom Pastor, e sua comunidade de seguidores. Que possamos reconhecer o amor sacrificial de Cristo por nós e responder a esse amor, formando uma comunidade unida em torno de sua mensagem de amor, compaixão e serviço mútuo. Que os pastores sejam guias fiéis e exemplares desse amor, e que todos nós, como membros do rebanho de Cristo, sigamos seu exemplo em nossa vida diária. Amém. 

 

 

 Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS) 

 

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Na nossa peregrinação de filhos e filhas para a casa do Pai, podemos ter sempre aquela esperança de que o sono da morte não conhece a eternidade, porque a eternidade Deus reservou para a vida, através da ressurreição, da qual o Senhor Jesus nos dá testemunho. Ele vive e é luz a iluminar a nossa vida, nos passos do dia-a-dia. 

Na vida de fé, a Páscoa faz renascer o canto da beleza do amor, reacende a vida contra toda lógica de morte. A Páscoa nos chama a ressuscitar, a levantar e a combater, dentro de nós, o duelo de vida e morte, resignação e esperança. Porque na Páscoa renasce a esperança: a vida venceu, e a morte prepotente foi derrotada! Em mim e em cada um de vocês, no santo e no pecador, no rico e no pobre mendigo, na vítima e no carrasco, porque tem o Cristo Jesus, que renasce e nos arrasta para o alto, com a força da luz redentora de Deus. 

Na Páscoa celebramos a ressurreição de Jesus, como um acontecimento extraordinário. Mas para viver e celebrar a vida nova em Cristo, no cotidiano, é preciso acreditar, é preciso ter fé. Porque somente o amor pode ver o invisível, somente a fé pode crer no incompreensível, somente a esperança torna a vida possível. Por isso, devemos deixar de lado o medo de amar e acolher Jesus ressuscitado, em nossa vida e em nossas famílias. Devemos tirar as pedras que bloqueiam a porta do nosso coração, para que o ressuscitado possa aí entrar e conosco viver, iluminando nossa vida e guiando nossos passos. Sem ele viveremos no medo, na escuridão, no abandono, sem o amor, a fé e a esperança, que alimentam e dão sentido a nossa vida. 

Devemos acreditar que realmente somos amados pelo Senhor Jesus, porque sem a dimensão do amor, os gestos e a entrega da vida de Jesus não teriam sentido, seria pura loucura. Por isso, a ressurreição do Senhor Jesus, que celebramos na Páscoa, deve despertar no nosso coração a aurora da esperança, para voltarmos a cantar o canto da reconciliação e da caridade, elevando a Deus um hino de alegria, que nasce de um coração libertado. 

Que a vida nova, que brota do Cristo ressuscitado, liberte o nosso coração do vazio, da falta de amor, do medo e das angústias. Que o Ressuscitado toque a nossa vida, cure as nossas feridas, fortaleça a nossa fé, para vivermos como novas criaturas, na caridade, no amor e na sinceridade. Porque mesmo vivendo sobre a terra, estamos em real comunhão com Jesus, que ressuscitou está no céu, à direita do Pai. 

 

 

 

 

 

 

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