A realidade das comunidades impactadas pela mineração e o acompanhamento pastoral das Igrejas a esses contextos será tema da live que acorrerá na sexta-feira, 26 de abril, às 19h30. Na ocasião, a Comissão Especial para Ecologia Integral e Mineração da CNBB apresentará o Atlas Igrejas em Cuidado da Casa Comum. A live será transmitida nas redes sociais da CNBB
Na visita foi apresentado o documentário que será lançado em todo o Brasil no mês de maio "Guadalupe: Mãe da Humanidade". A visita foi acompanhada pelo diretor do filme Andréss Garridó que está Brasília para a pré-estreia do filme na Capital do País. A visita foi acompanhada pelo diretor do filme Andrés Garrigò que está Brasília para a pré-estreia do filme

ARTIGOS DOS BISPOS

Dom Leomar Antônio Brustolin  
Arcebispo de Santa Maria (RS)

 

 

Constata-se hoje a passagem de uma única moral objetiva para as muitas opções éticas. Isso leva a um niilismo, no qual o ser humano caminha sem muitas balizas, tudo é livre e permitido e acaba-se vivendo o dia a dia sem um grande ideal ou meta para a existência. O mundo se tornou um mar aberto. O que vale é o acontecimento e não a realização de um projeto. Trata-se de uma ética que não prevê nada de seguro, estável e fixo. Não há terra firme, apenas o mar aberto.  

A ética que deriva dessa situação é uma ética que dissolve certezas e se configura como ética do passageiro, do viajante, que não apela à lei, ao direito ou à norma, mas à experiência. O humano desterritorializado tem referências pontuais e recorre mais à história do que à natureza.  

Assim, o ser humano sem saber o que fazer ou não fazer, perde o sentido último de seu trabalho, do seu sofrer, do seu festejar e até de ser livre. A liberdade fica reduzida à espontaneidade. A consciência não indica mais um juízo especulativo sobre a moralidade das ações, mas um julgamento sobre a sinceridade do momento a respeito da vontade de cada ser humano.  

Nessa falta de ética, percebe-se um terrível vazio interior, uma perda generalizada da esperança e de sentido, o obscurecimento da inteligência e uma enorme carência de espiritualidade que pautaram, por exemplo, a construção da cultura ocidental.  

Sem viver aguardando uma vida plena e eterna, o horizonte da esperança fica reduzido ao horizonte da expectativa. Consequentemente o mistério da presença do mal no mundo dispensa o sentido de pecado e reduz-se a uma experiência instintiva de agressividade e erro. Há uma mundanização do eterno e o tempo é considerado um recipiente vazio a ser preenchido de fatos, eventos e pessoas sem uma orientação ou um desígnio.  

Tudo fica restrito a obter o melhor da vida terrena, quando aparece a enfermidade, o envelhecimento e a morte, cada ser humano deverá lidar solitariamente essa experiência sem referenciais capazes de lhe dar sentido e discernimento sobre a existência.  

Para vencer essa horizontalidade da ética de quem não sabe para onde vai, é preciso trabalhar pela ética de quem tem uma meta para caminhar. Enfim, o ser humano nasceu para olhar para o alto, é peregrino do céu com os pés bem firmes sobre a terra.  O humano não nasceu para olhar somente ao redor. O animal olha para a terra e ao redor, o ser humano olha para o céu e o além. O olho do corpo vê coisas e objetos, capta as coisas visíveis. O olhar vertical olha para a eternidade escondida atrás das mesmas coisas e dos mesmos objetos. Um único olhar sobre a terra é insuficiente para esgotar toda a capacidade da força do olhar humano.  

 

Dom Jailton de Oliveira Lino
Bispo de Teixeira de Freitas/Caravelas (BA)

 

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, 

Na passagem de João 10,11-18, somos convidados a contemplar a figura do Bom Pastor, uma imagem que transcende o tempo e o espaço, e que se faz cada vez mais necessária em nosso contexto atual. Jesus, o Bom Pastor, não é um líder distante ou inacessível; Ele é aquele que caminha conosco, que conhece nossas lutas e aspirações, e que está disposto a dar a própria vida por nós. 

A Igreja em Saída: Respondendo ao Chamado do Bom Pastor 

O Papa Francisco nos chama a ser uma “Igreja em saída”, uma igreja que não se contenta em permanecer dentro de suas próprias estruturas, mas que se aventura para fora, ao encontro daqueles que estão à margem. Este é o coração do pastoreio: ir além, buscar as ovelhas que se perderam, e oferecer-lhes um caminho de volta ao rebanho. 

O Pastoreio em um Novo Tempo: Desafios e Oportunidades 

Vivemos em uma era de rápidas mudanças, onde as certezas de ontem já não se aplicam mais. Como pastores deste novo tempo, somos desafiados a encontrar novas formas de comunicar a mensagem eterna do Evangelho. Isso requer de nós uma escuta atenta, uma disposição para aprender e crescer, e uma humildade para reconhecer que o Espírito Santo está sempre nos guiando a verdades mais profundas. 

Conhecendo as Ovelhas: A Importância do Relacionamento Pessoal 

Jesus conhece suas ovelhas, e elas O conhecem. Este relacionamento pessoal é fundamental para o pastoreio eficaz. Não podemos nos contentar em conhecer apenas os nomes ou os rostos; devemos conhecer as histórias, os sonhos e as dores daqueles a quem servimos. Isso significa estar presente, ser acessível, e acima de tudo, ser um ouvinte compassivo. 

Unindo o Rebanho: A Missão de Construir Pontes 

O Bom Pastor nos fala de um único rebanho e um único pastor. Em um mundo marcado pela divisão e pelo isolamento, nossa missão é construir pontes, unir as pessoas em uma comunidade de fé e amor. Isso envolve superar barreiras, sejam elas culturais, sociais ou teológicas, e encontrar o terreno comum que todos compartilhamos como filhos e filhas de Deus. 

Dando a Vida: O Sacrifício e o Serviço 

Dar a vida pelas ovelhas pode assumir muitas formas. Para alguns, pode significar o sacrifício final, o martírio. Para outros, pode ser um sacrifício diário de tempo, conforto e recursos pessoais. O que importa é a disposição de colocar as necessidades dos outros acima das nossas, de servir em vez de ser servido. 

Vivendo o Evangelho do Bom Pastor 

Que possamos, inspirados pela figura do Bom Pastor, viver o Evangelho com coragem e amor. Que possamos ser verdadeiros pastores para o povo de Deus, guiando-os com sabedoria, cuidando deles com compaixão, e acima de tudo, levando-os a uma relação mais profunda com o nosso Senhor Jesus Cristo. 

Que a paz do Bom Pastor esteja sempre conosco, e que Seu exemplo ilumine nosso caminho enquanto buscamos ser uma igreja viva, dinâmica e missionária. 

Em Cristo, 

 

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR) 

 

A liturgia do quinto Domingo da Páscoa fala-nos de Jesus como a fonte da Vida autêntica. Os discípulos de Jesus, unidos a Ele, bebem d’Ele essa Vida e testemunham-na em gestos concretos de amor. É assim que a proposta de Vida nova de Deus alcança o mundo e a vida dos homens. 

No Evangelho – Jo 15,1-8 – Jesus, em contexto de despedida, apresenta-se aos discípulos como “a verdadeira videira” e convida-os a permanecerem ligados a Ele para receberem d’Ele Vida. Jesus (a videira) e os discípulos (os ramos) produzirão frutos bons, os frutos que Deus espera. Enquanto se mantiverem unidos a Jesus, os discípulos serão testemunhas verdadeiras, no meio dos homens, da Vida nova de Deus. 

A primeira leitura – At 9,26-31 –, a pretexto de nos contar a inserção de Paulo de Tarso na comunidade cristã de Jerusalém, lembra-nos que a experiência cristã é um caminho feito em comunidade: é no diálogo e na partilha com os irmãos que a nossa fé nasce, cresce e amadurece. A comunidade cristã deve ser uma casa de portas abertas, onde todos têm lugar e onde todos podem fazer, de mãos dadas com os outros irmãos, uma experiência de encontro com Jesus ressuscitado. 

A segunda leitura – 1Jo 3,18-24 – lembra que na base da vida cristã autêntica está o “acreditar em Jesus” e o amar os irmãos “como Ele mandou”. São esses os “frutos” que Deus espera de todos aqueles que estão unidos a Cristo. Se testemunharmos em gestos concretos o amor de Jesus, estamos unidos a Jesus e a vida de Jesus circula em nós. 

 

 

 

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