O Ser do Catequista, seu rosto humano e cristão

Na semana que antecede a celebração do Dia do/a Catequista,  31 de agosto, a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética apresenta  uma série de reflexões a partir  do  Diretório Nacional de Catequese (DNC 262-268), sobre o SER, SABER e SABER FAZER  do/a Catequista.

Num contexto de mudanças  rápidas e profundas, a catequese é interpelada a refletir e buscar novos paradigmas de formação para catequistas. Somos provocados a viver uma experiência exodal e de constante renovação, na tentativa de responder aos desafios de um novo tempo.

Porém, não se pode perder de vista o sentido da vocação, a experiência fundante do encontro com Jesus Cristo. A vocação do/a catequista nasce no coração do Pai, se realiza através do seguimento a Jesus Cristo quando o catequista responde SIM ao chamado e na força do Espírito assume a missão. Portanto, a raiz trinitária, que é fonte de toda vocação, sustenta a missão do catequista,  chamado a Ser Profeta, embaixador de Cristo,  falar em nome de Deus e da Igreja e testemunhar com sua vida os valores do Reino.  Conforme afirma São Paulo: “Não é a nós mesmos que pregamos, mas a Jesus Cristo, o Senhor. Quanto a nós, apresentamo-nos como servos vossos, por causa de Jesus”  (2 Cor 4,5).

Ser catequista é dom, escolha divina, enraizada na história, na realidade com suas necessidades, desafios e interpelações. Portanto, o catequista necessita de uma formação adequada que constituirá o seu perfil como pessoa que ama viver e se sente realizada, entusiasmada, portadora do Ressuscitado, contagia a todos com a alegria de ser discípula.

Pessoa de espiritualidade, segue o itinerário do Mestre e faz com Ele uma experiência de vida e de fé.  Aberta às inspirações do Espírito Santo, procura comunicar a mensagem com fidelidade. Ouvinte da Palavra, cultiva uma vida de oração e busca nos sacramentos e na vida comunitária o alimento para o seu “peregrinar”.

Pessoa que sabe ler a presença de Deus nas atividades humanas, reconhece o rosto desfigurado de Deus nos pobres, nos injustiçados, nos gestos de partilha e solidariedade e assume uma postura em defesa da vida ameaçada.  O princípio fé/vida determina suas atitudes e lhe confere uma inteireza interior. É o que afirma o Diretório Geral de Catequese 87: “a fé no seu conjunto, deve enraizar-se na experiência humana, sem permanecer na pessoa como algo postiço ou isolado. A vida pessoal é uma oferta espiritual; a moral evangélica assume e eleva os valores humanos; a oração é aberta aos problemas pessoais e sociais”.

Enfim, o catequista é uma pessoa que busca sua auto-formação e procura atualizar-se. É capaz de construir comunhão, tecer novas relações  ao estar atento aos gestos que alimentam relacionamentos positivos. A comunicação, o diálogo, a comunhão são elementos essenciais na trajetória do catequista discípulo missionário, capazes de garantir o trabalho em equipe de uma forma participativa.

Ao elencar estes aspectos que configuram o perfil do catequista, é importante o empenho e dedicação do catequista, afinal, é um processo que desenvolve-se durante toda a vida. No entanto, torna-se viável se houver investimento e co-responsabilidade das comunidades, das paróquias e dioceses na formação dos seus agentes, principalmente, dos catequistas que na gratuidade do SER colocam-se a serviço da Palavra e testemunham com a vida a presença do Ressuscitado.

Ir. Zélia Maria Batista
Assessora da Comissão Episcopal Pastoral
para a Animação Bíblico-Catequética

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