“Os pobres do Brasil clamam por justiça”, afirma dom Roque Paloschi

O assassinato de Aldo Mota em janeiro de 2003 em Roraima ainda causa indignação na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. O líder indígena, de 52 anos, foi encontrado morto por familiares da vítima em uma fazenda de propriedade de um ex- vereador. Quase 10 anos depois, o julgamento do caso na Justiça Federal se encerrou, no dia 18 de maio passado, com a absolvição dos acusados.

No julgamento, os acusados eram o antigo proprietário da Fazenda Retiro, o ex-vereador Francisco das Chagas Oliveira da Silva, conhecido como Chico Tripa, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ser o mandante do crime; Elisel Samuel Martin e Robson Belo Gomes, acusados de serem os executores do assassinato.

RaposaSerradoSolA decisão da Justiça trouxe insatisfação aos familiares de Aldo Mota. Conforme o coordenador executivo das regiões das serras, Júlio Macuxi, em entrevista ao Portal da Amazônia, houveram falhas na acusação durante o julgamento. “A família de Aldo vai recorrer da decisão”, comentou.

Para o bispo de Romaria, dom Roque Paloschi, esta morte está inserida no contexto da luta pela homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Em artigo, publicado hoje no site da CNBB, o bispo afirma que agora é um momento de reflexão e determinação, e não se deve desanimar na busca justiça neste caso.

“Os pobres e discriminados do Brasil clamam por justiça, a exemplo da viúva do Evangelho”, afirma dom Roque, ao recordar o caso Ovelário Tames, que foi parar nos tribunais internacionais em 1995. “O caso Aldo Mota não pode ficar na impunidade. Como é possível no Brasil moderno e democrático alguém ser assassinado e enterrado dentro de uma propriedade e tudo ficar como se nada houvesse acontecido?”, interroga o bispo no artigo.
Clique aqui e leia a íntegra do artigo de dom Roque Paloschi.

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