Regional Centro-Oeste reflete sobre desafios da Pastoral Carcerária

Reunião do Conser segue até dia 18 de novembro, em Goiânia (GO)

“Desafios da Pastoral Carcerária” foi o tema de reflexão do primeiro momento da reunião do Conselho Episcopal Regional Centro-Oeste (Conser-CO) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que começou na manhã desta terça-feira (15), na sede do regional, em Goiânia (GO). Constituída como parte formativa do encontro, a exposição teve a assessoria do coordenador da Pastoral Carcerária na arquidiocese de Goiânia, diácono Ramon Curado, e da irmã Alessandra Santana, da coordenação regional.

Durante sua exposição, a religiosa, que faz parte da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, fundada por Santa Paulina, destacou os objetivos da Pastoral Carcerária, que é evangelizar e promover a dignidade humana por meio da presença da Igreja nos cárceres com as equipes de pastoral, na busca de um mundo sem cárceres. Irmã Alessandra pontuou que anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, colaborar para que os direitos humanos sejam garantidos, conscientizar a sociedade para a difícil situação do sistema prisional e contribuir para redução da população carcerária, estão entre os objetivos específicos da Pastoral Carcerária.

A respeito dos desafios, diácono Ramon afirmou que a Pastoral Carcerária carrega um “estigma e até repugnância” por escolher os encarcerados como seus prediletos na evangelização. Por isso faltam pessoas que queiram se doar para evangelizar nos presídios. “Enquanto outras denominações religiosas, como os protestantes têm 50 pastores atuando nos presídios de Goiânia e os Espíritas dez grupos, nós temos apenas 21 voluntários, sendo que 12 visitam as unidades prisionais semanalmente”, disse. Irmã Alessandra também lembrou que o Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, atrás apenas de China e dos Estados Unidos.

Em Goiás, já são 17 mil detentos, desse total, 900 são mulheres. “Diante desse quadro, temos como principais desafios a falta de lideranças para assumir os trabalhos, de comunidades e do clero para apoiar a pastoral e de mais organização por parte das dioceses para que possamos desempenhar uma ação pastoral mais afetiva e efetiva”, completou irmã Alessandra.

No regional, a Pastoral é coordenada pela irmã Liberata Magliocchetti. São os referenciais os bispos de Goiás (GO), dom Eugênio Rixen, e o de Ipameri (GO), dom Guilherme Werlang.

Diretrizes da Igreja

Com base na 5ª Urgência das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2015-2019), que pede uma ação pastoral que se coloca a serviço da vida plena para todos, pela caridade e a opção evangélica de socorrer aqueles que mais necessitam, os assessores, diácono Ramon e irmã Alessandra, pediram aos bispos que apoiem a pastoral, no sentido de torná-la uma força viva no regional e uma estrutura que tenha um elo comum. “Sabemos que há atuações isoladas de visitas a delegacias e presídios em algumas dioceses do regional, mas precisamos ser uma pastoral que atua de maneira conjunta e ordenada, unida com um único objetivo”, completou.

Após as exposições, os bispos fizeram perguntas e pontuaram algumas falas dos assessores. Foi solicitada ainda a presença da pastoral em algumas dioceses, no sentido de estruturar esse trabalho nas Igrejas particulares.

A reunião do Conser, que reúne os bispos das 12 dioceses do regional Centro-Oeste da CNBB, do Goiás e do Distrito Federal, segue até sexta-feira, dia 18. Durante o encontro, os presentes também avaliam a caminhada do regional em 2016, sobretudo em relação ao Ano Santo da Misericórdia. “Tudo foi voltado para o Ano da Misericórdia, no regional, que é a comunhão das nossas Igrejas particulares. Todas estiveram envolvidas realizando ações de misericórdia, com práticas de caridade. As marcas do Ano Santo podem ser percebidas em cada diocese, seja no acolhimento, no socorro aos necessitados, no perdão, enfim, na prática das obras de misericórdia, corporais e espirituais”, destaca o bispo de Uruaçu (GO) e presidente do regional Centro-Oeste, dom Messias dos Reis Silveira. 

Com informações e foto do regional Centro-Oeste da CNBB

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