Para todos os agentes de pastoral e solidários segue o Relatório do VI CONENC ocorrido entre os dias 08 à 11 de julho de 2009. Participaram 150
pessoas das diferentes regiões do Brasil e, estas pessoas tiveram a oportunidade de partilhar da riqueza e da diversidade da tradição de origem afro-brasileira manifesta nos cantos, na liturgia nos debates em grupos, entre outros momentos. Segue um relatório das atividades desenvolvidas e, em anexo, os textos refletidos no CONENC. Serão descritas também as anotações dos trabalhos em grupos e demais reflexões.
A abertura do Congresso aconteceu na Catedral da Sé contando com a presença do Arcebispo de São Luis, Dom José Belisário, do bispo referencial da pastoral afro-brasileira, Dom João Alves dos Santos e com a presença de diversas autoridades civis e religiosas. No dia 09 de julho os trabalhos foram iniciados com a Análise de Conjuntura conduzida por Pe Ari Antônio dos Reis, assessor da pastoral afro-brasileira.
Assumindo o desafio de refletir a realidade dos Povos Quilombolas ouvimos o depoimento do jovem Reinaldo Avelar, pertencente ao Quilombo Damásio – MA. Logo a seguir Pe Jurandir Araújo, membro do secretariado de pastoral afro-americana (Sepafro), fez uma retomada da caminhada da pastoral afro no Brasil desde das suas origens.
Na parte da tarde, nosso irmão maior Dom José Maria Pires, arcebispo emérito de João Pessoa-PB, ajudou o grupo a refletir sobre a sua militância eclesial a partir de uma análise da relação da Igreja com os negros desde a chegada dos nossos antepassados nestas terras. A seguir o agente de pastoral João Pio de Souza (Belo Horizonte) nos levou a refletir sobre o rosto de Igreja que temos e o rosto de Igreja que queremos.
Os participantes tiveram a oportunidade, nos trabalhos em grupos, de debater de forma mais profunda os temas propostos, o que foi partilhado no final do dia seguido dos aprofundamentos e pontualizações de Dom José Maria Pires e Pe Olívio Melo.
No terceiro dia de encontro (10/07) Pe Bráulio Ayres doutor em antropologia refletiu a realidade da Igreja do Maranhão em relação ao povo negro. Nossa irmã Lurdes Siqueira, também doutora em antropologia, trabalhou com os congressistas os elementos religiosos presentes na tradição africana na perspectiva de diálogo religioso. Na segunda parte da manhã Dom João Alves dos Santos, bispo referencial da pastoral afro-brasileira refletiu sobre a teologia que embasa a ação dos agentes de pastoral negros.
Na parte da tarde os participantes reuniram-se em grupos divididos por regional para responder as questões:
- Diante da atual realidade que Desafios são postos a todos nós e a PAB?
- O que devemos priorizar no trabalho com o Povo Negro?
Após o trabalho em grupo as questões foram expostas em plenário seguidas de pontualizações sugeridas por Dom José Maria Pires e Pe Olívio Melo.
Pontos Positivos do CONENC:
- Diversidade dos participantes: faixas etárias e lugares de origem.
- Processo de continuidade e compromissos:
- Celebrar nas comunidades locais as datas da Negritude. Ex.: Zumbi dos Palmares.
- Celebrar os aniversários: Procurar dar visibilidade ao movimento
- Mandar notícias e relatórios para a coordenação nacional e a partir daí elaborar um boletim; (Comunicação) Não esperar o próximo CONENC para encontrar-se.
No último dia de trabalhos foram votadas as cartas:
- Carta de apoio as populações Quilombolas
- Carta de apoio ao Setor Juventude pela campanha contra o extermínio de jovens.
- Carta do Encontro
Os participantes também decidiram por realizar o encontro com uma periodicidade de três anos sendo o próximo em 2012 no Estado do Paraná.
Pe Ari Antônio dos Reis
Leia mais:
- Teologia e identidade afro na perspectiva de Aparecida – apresentação
- Refletindo o rosto negro da Igreja: de Medellin (1969) à Aparecida (2007)
- Teologia Afro (leitura eclesiológica do povo negro)
- Espiritualidade dos presbíteros afro-brasileiros
- Um olhar sobre a caminhada da Pastoral Afro-Brasileira da CNBB
- Análise de Conjuntura
- Relatório do VI CONENC
