Os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém –nascido deitado na manjedoura. Por que essa pressa, pastores? Porque tinham visto a luz da glória do Senhor e recebido um recado de um anjo do Senhor: … Nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo-Senhor.
Como sabiam que aquele menino pobre era o Salvador anunciado? Porque o Anjo lhes deu um sinal para reconhecê-lo: Encontrareis um recém-nascido envolto em faixas e deitado numa manjedoura. Podemos imaginar a alegria daqueles pastores ao ver o menino e ver a palavra do Anjo confirmada.
Lembraram os anjos cantando: Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens… Posso imaginar os pastores cantando também.
O primeiro dia do ano é oitavo dia do Natal e é dedicado a Maria, chamada pela Igreja de mãe de Deus, porque foi escolhida por Deus para trazer ao mundo o Filho de Deus. Este dia é também o dia mundial da paz. O Papa costuma enviar ao povo católico e a todas as pessoas de boa vontade a sua mensagem de paz.
Diante da crescente preocupação das nações com os problemas que estão surgindo neste século com o desenvolvimento que todos querem, mas que traz consigo crescente escassez dos recursos naturais da terra, o Papa colocou para este dia mundial da paz o seguinte tema: Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação!
Se não aprendemos a fazer o possível para deter o aquecimento global e as mudanças climáticas, ainda neste século teremos guerras por energia, por água e por alimentos. Todos precisam aprender que todos estão no mesmo barco.
O Papa convoca todas as pessoas de boa vontade a trabalhar com responsabilidade neste mundo que Deus criou para nós e confiou aos nossos cuidados. Uma dimensão essencial do amor a Deus e aos irmãos é cuidar bem do ambiente onde Deus nos colocou. Surge a necessidade de uma nova solidariedade que inclui também as futuras gerações.
Já temos advertências anteriores feitas pela Igreja. Faz quase meio século que o Concílio Vat II alertou a humanidade sobre a problemática que agora começa a ser percebida por todos: Deus destinou a terra com tudo que ela contém para uso de todos. João Paulo II acrescentou: Por isso, a herança da criação pertence à humanidade inteira. Mas o ritmo atual de exploração põe em perigo a disponibilidade de alguns recursos naturais não só para a geração atual, mas sobretudo para as gerações futuras.
Também o papa Paulo VI fala da responsabilidade das pessoas que vivem no mundo de hoje em relação às gerações que virão.
A Conferência Mundial sobre o clima não conseguiu tomar decisões relevantes. O Brasil tomou a dianteira com a promessa de reduzir muito mais o desmatamento para diminuir a emissão de gases poluentes.
A missão da Igreja é formar cristãos autênticos, pessoas dedicadas à construção de um mundo melhor. Podemos comparar os recursos naturais a um bolo tão grande que dá para todos. Mas, se os ratos do desperdício e as ratazanas da corrupção fizerem muitos estragos, e se os mais fortes continuarem a pensar apenas em apoderar-se dos pedaços melhores e abocanhar tudo que podem para aumentar a sua parte, vão sobrar apenas migalhas para um número cada vez maior de pobres. Pior, se não diminuir o egoísmo, teremos novas guerras nas próximas décadas.
Diz o Papa que não é tarefa da Igreja intervir com apresentação de soluções técnicas específicas para resolver os problemas complexos da implantação de uma economia sustentável.
Como cidadão do mundo tenho uma proposta concreta: Em vez de pensar apenas em fazer menos fumaça e soltar menos gás carbônico no ar, proponho que passemos a retirar do ar grandes quantidades de CO2, plantando florestas no sertão. Estou fazendo a minha parte para encher o sertão de florestas. No entanto, a depender apenas dos meus recursos, o deserto vai chegar primeiro. Com as chuvas cada vez mais escassas, sem o plantio maciço de florestas o sertão vai virar deserto, em vez de florir.