Artigos dos bispos

Cardeal Orani Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

É feliz quem a Deus se confia! (Sl 01)

Celebramos neste domingo o sexto do Tempo Comum. Este ano, a primeira parte do Tempo Comum vai até a oitava semana, dia 2 de março, e, na quarta-feira, 5 de março, iniciaremos o tempo da Quaresma com a celebração da Quarta-Feira de Cinzas. O Tempo Comum retoma após a Solenidade de Pentecostes e permanece até o fim do ano.

Todo domingo é dia do Senhor, dia de fazer memória de sua Páscoa, paixão, morte e ressurreição. Por isso, é o dia em que a família deve participar da Santa Missa e ouvir o que o Senhor tem a nos dizer. O domingo é o dia por excelência, dia de preceito, em que devemos escolher um horário e participar da Santa Missa. Celebramos o Senhor vivo e ressuscitado, que está presente no meio de nós por meio do Espírito Santo.

Estamos no ano jubilar da esperança; confiemo-nos à misericórdia do Senhor e comecemos por participar da Santa Missa aos domingos. Sejamos também portadores da esperança, animando aqueles que estão tristes e convidando para a Igreja aqueles que estão afastados.

Que a liturgia de hoje nos ajude a refletir e a confiar sempre no Senhor. Ele tem o melhor para nós. Confiemos somente em Deus, pois é dele que nos vem a salvação. Sejamos pobres de espírito para alcançarmos mais facilmente o Reino dos Céus. Partilhemos sempre aquilo que temos a mais com aqueles que pouco ou nada têm. Que possamos sempre preferir o caminho da humildade, pois os humildes herdarão o Reino dos Céus.

A primeira leitura da missa deste domingo é do livro do profeta Jeremias (Jr 17,5-8). O profeta usa até uma palavra forte para nos dizer que devemos confiar somente em Deus. É somente em Deus que está nossa vida e felicidade. Nele devemos colocar nossa segurança.

O profeta Jeremias diz que bendito é aquele homem que confia sua vida a Deus. Temos que acreditar e confiar que aquilo que queremos Deus vai nos conceder, sempre em seu tempo, não no nosso. Quem confia sempre no Senhor terá prosperidade, e a vida seguirá em abundância.

O salmo responsorial é o (01), que diz em seu refrão: “É feliz quem a Deus se confia”. Esse salmo é, de fato, uma resposta ao que o profeta Jeremias diz na primeira leitura. Devemos confiar sempre em Deus e, dessa forma, seremos felizes. Escolhamos, pois, o caminho que agrada ao Senhor, que é o da justiça, paz, perdão e amor.

A segunda leitura é da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 15,12.16-20). Paulo explica à comunidade de Corinto que Cristo ressuscitou dos mortos e que todos precisam crer na ressurreição, pois, se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé. Ele ressuscitou como primícias, ou seja, venceu a morte e abriu o caminho para todos nós. A razão da nossa fé é a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, e, com certeza, o Pai do Céu tem uma morada preparada para nós.

O Evangelho deste domingo é de Lucas (Lc 6,17.20-26). Esse trecho do Evangelho de Lucas inicia o conhecido texto sobre as bem-aventuranças. Em Mateus, esse texto é mais completo, e, em Lucas, mais sucinto. Bem-aventurado significa alguém que é feliz ou que foi alcançado pela graça de Deus. Nós todos seremos bem-aventurados quando estendermos a mão ao necessitado, quando visitarmos o doente e, ainda, quando praticarmos o Reino de Deus aqui na Terra. O Reino de Deus é paz, justiça, perdão e misericórdia. Somos convidados a viver o Reino de Deus aqui na Terra para depois contemplá-lo de maneira definitiva no Céu, pois, se o vivermos aqui, seremos bem-aventurados e poderemos adentrar mais facilmente no Reino dos Céus.

Neste Evangelho, Jesus “condena” os ricos. Ele não condena a riqueza em si, mas condena aqueles que muito têm e não partilham nada com quem nada tem. Em primeiro lugar, independentemente da classe social, temos que amar nosso próximo; não devemos tratar o outro com indiferença por ter menos condições que nós. Quanto mais amarmos e servirmos o nosso próximo, mais Deus se alegrará conosco, e a nossa recompensa será eterna.

Estamos no ano jubilar da esperança, um ano propício para praticarmos atitudes de caridade, justiça e misericórdia. Dessa forma, nos tornaremos bem-aventurados e mais próximos do Reino dos Céus. A partir do nosso batismo, nos tornamos discípulos e missionários de Jesus e somos convidados a trilhar o caminho da santidade. Ou seja, desde o nosso batismo, somos chamados a ser bem-aventurados para que, ao final da nossa vida, sejamos merecedores do Reino dos Céus.

 

 

 

 

 

 

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)  

 

Deus viu que tudo era muito bom (Gn 1,31). Este lema da Campanha da Fraternidade 2025 ajude-nos a ver na criação a beleza das coisas, pois Deus criou o universo, os seres vegetais, espirituais, animais e humanos com infinito amor. É importante perceber a forma como o Senhor criou as coisas a partir de Santo Ambrósio, bispo de Milão, no século IV, uma vez que ele fez uma análise das coisas de Deus criadas a serviço do ser humano e como é possível o cuidado para com todos os seres vivos.  

O sexto dia

A criação foi feita por Deus Pai Criador em seis dias. O sexto dia tem uma relevância particular porque antes da criação do ser humano teve a criação dos quadrúpedes, serpentes, os animais da terra e rebanhos, os répteis. Deus viu que era bom para em seguida Ele fazer o ser humano (cfr. Gn 1,24-26)1. Deus criou as coisas para o serviço do ser humano e não para o seu domínio. É claro que muitas delas, servem como alimento, sem misturas, mas com grandes sabores para a vida humana.  

A terra produza os frutos

Santo Ambrósio afirmou o dom da terra, criado por Deus que produza frutos para a vida humana. A graça da terra foi dada para todas as pessoas. Ele teve presentes o caso de Eliseu (cfr. 2 Rs 4, 38-43)com o seu servo que tinha dez pães de cevada para cem pessoas, de modo que o profeta disse que ele daria o suficiente e todos comeriam, porque como disse o Senhor, “comerão e ainda sobrarão” (cfr. 2 Rs 4,43). A fé nas coisas plantadas dá e dará colheita abundante, a comida na realidade humana pela realização das palavras do Senhor.

A beleza da criação

Deus fez as coisas em seis dias de modo que tudo foi feito de uma forma maravilhosa, bonita, bela. O bispo de Milão teve presentes as palavras do Senhor ditas em Isaias (cfr. Is 40,22) pois “Quem mediu a água com a mão e o céu com a palma, e toda a terra com a mão fechada?! Quem colocou os montes, os rochedos e os pratos na balança?!”. Foi com grande amor que o Senhor criou todas as coisas e os seres humanos. Uma outra pergunta levantou o bispo de Milão: “Qual é pois, o ser humano que ousa reivindicar para si uma sabedoria igual à de Deus tendo o seu conhecimento, próprio de Deus?!3. O poder de Deus na criação manifestou a sua beleza no qual tudo converge para o bem das coisas, dos seres humanos e da própria glória de Deus.  

O sexto dia nas gerações 

Santo Ambrósio teve presentes as palavras da Escritura onde Deus afirmou que a terra produza a alma vivente dos rebanhos, dos animais e répteis (Gn 1,24). Este ponto significou que a Palavra de Deus correu por toda a criação na constituição do mundo, de modo que fossem produzidas da terra as espécies de seres vivos que Deus determinou, de modo que todas viessem a ter uma sucessão conforme a sua espécie e semelhança. Na ordem do Criador a espécie gera outra espécie de modo que o leão gera leão, o tigre gera tigre, o boi gera boi, a vaca gera a vaca, o cisne gera cisne, a águia gera águia4. Cada espécie gera a sua própria espécie. Desta forma, o ser humano gera o ser humano.  

O Senhor é digno de louvor

Santo Ambrósio seguiu as palavras do salmista que disse: “Quão imensas são tuas obras, ó Senhor! Fizeste todas com sabedoria” (Sl 104,24). Todas as coisas foram feitas com perfeição. A sabedoria divina penetra todas, de modo que é mais forte o testemunho da natureza do que o argumento da doutrina5. O bispo de Milão teve presentes o conhecimento dos animais, e também dos seres humanos em se salvaguardarem diante dos perigos, a resistência e a coragem de todos os seres criados. Este movimento vem do próprio Criador. Os animais discernem pelo cheiro os alimentos nocivos e os salutares, porque a melhor mestra da verdade é pois a natureza6. A natureza das feras é simples, desconhecendo fraudes à verdade. Foi o Senhor, segundo Santo Ambrósio que Ele dispôs este poder de uma forma conveniente a todas as criaturas 

A sabedoria divina na humanidade

A Sabedoria dada às coisas pelo Senhor fizeram-nas prosseguir na existência de modo que Ele criou tudo com ordem, assim da mesma forma criou o ser humano com sabedoria8. Tudo procedeu de seu imenso poder para com todas as criaturas. Santo Ambrósio seguiu a Palavra de Deus que disse: “Admirável, de fato é o Senhor nas alturas”(Sl 93,4) 

A criação humana

O sexto dia colocou também a ordem de Deus que disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”(Gn 1,26). O verbo ‘façamos’ coloca Deus Uno e Trino na criação humana. O Senhor não disse estas coisas aos anjos mas ao ser humano ao criá-lo com amor. O ser humano é criado, segundo as Escrituras, à imagem do Deus invisível e com o Primogênito de toda a criatura, Jesus Cristo (cf. Cl 1, 13-15)10. A criação humana dada na imagem do Criador e Redentor é para servir as criaturas e não para dominá-las. Ele foi percebido, criado segundo Santo Ambrósio para edificar a casa11. Ele tinha presente que a casa de Deus é comum ao pobre e ao rico12 de modo que todos tem os mesmos compromissos e deveres diante do Criador. Todos os seres vivos vêem as coisas mas somente ao ser humano foi dada a graça de ver o universo e contemplar o seu Criador 

Santo Ambrósio falou que o sexto dia criado por Deus fez as coisas, os animais domésticos e selvagens, e a totalidade da obra do mundo foi concluída, com a criação do ser humano, sendo o principado de todos os seres vivos, o ponto mais alto do universo, a graça dada para toda a criação14. Nós somos chamados a viver a Palavra de Deus no contexto humano, ecológico, eclesial, social e um dia nós sejamos participantes do Reino de Deus pelo amor a Deus, ao próximo como a si mesmo.  

Dom Antônio de Assis
Bispo auxiliar de Belém do Pará (PA)

Na agenda das celebrações do Ano Jubilar em Roma, também os jovens são contemplados e não poderia ser diferente, uma vez que nos últimos anos a Igreja Católica tem dedicado especial atenção à juventude. Fato extraordinário foi a realização de um Sínodo mundial sobre os jovens que se concluiu com a Exortação Apostólica Pós-sinodal Christus Vivit.  

Na Bula de proclamação do Ano Santo, «Spes non confundit – a esperança não engana» (Rm 5,5), o Papa Francisco cita seis vezes os jovens. Os jovens são chamados a “olhar para o futuro com esperança”, mas isso comporta a necessidade da educação para a maternidade e paternidade responsáveis e toda a sociedade deve ser corresponsável por isso (cf. SNC,9).  

Desafios do mundo juvenil 

Os jovens que são sinais de esperança têm necessidade dela; mas muitas vezes veem desmoronar-se os seus sonhos; é triste ver jovens sem esperança vivendo o presente na melancolia, no tédio, na incerteza, sem estudos, sem perspectiva de trabalho… É triste ver jovens no mundo da ilusão das drogas, confusos, na transgressão, na busca do efémero, com gestos autodestrutivos e perdendo o sentido da vida.  Por isso, afirma o Papa Francisco: “que o Jubileu seja, na Igreja, ocasião para um impulso a favor deles: com renovada paixão, cuidemos dos adolescentes, dos estudantes, dos namorados, das gerações jovens! Mantenhamo-nos próximo dos jovens, alegria e esperança da Igreja e do mundo!” (SNC,12). 

A partir das perspectivas colocadas pelo Papa Francisco, os educadores-pastores-missionários dos jovens são convidados a acolher o Ano Jubilar como uma oportunidade muito significativa para o relançamento da pastoral juvenil em diversas dimensões promovendo muitas atividades. A finalidade primordial é sempre aquela de estimular processos de formação e evangelização dos jovens contribuindo para o crescimento integral deles a partir da situação em que sem encontram e no mundo em que vivem. O pressuposto principal é aquele de que a Celebração do Jubileu tem como finalidade a experiência de um caminho de conversão.  Possíveis atividades com os jovens 

Para que o Ano Jubilar seja significativo para os jovens é necessário que se tenha sensibilidade pedagógica para que melhor possam compreender o que se vai propor-lhes; para isso, além da oração e de variadas práticas religiosas, é essencial a catequese educativa, bem como, experiências socioafetivas, caritativas, missionárias. É preciso evitar o intimismo que é sempre despido de compromissos sociais.  Vejamos alguma dimensões e possíveis atividades educativo-pastorais:   

Na dimensão humana: 

Promover reflexões sobre a beleza da vocação humana e o sentido da Vida;  

Organizar rodas de conversas sobre os males provocados pelos vícios e a beleza da prática das virtudes; 

Programar dinâmicas de grupos sobre a importância das sadias relações humanas: acolhida, respeito, gentileza, comunicação, delicadeza, não violência, perdão etc;     

Estimular e desafiar os jovens e adolescentes no exercício de bons hábitos no uso do celular, dando prioridade às pessoas; não levar o celular para as refeições, autodisciplinar-se, evitando a dependência tecnológica;   

Programar experiências recreativas para estimular a convivência, integração, cooperação, o fortalecimento dos laços de amizade;  

Apresentação de modelos de homens e mulheres, como os santos, com suas mais variadas virtudes, atitudes, ações e boas linhas de comportamento que abraçaram (assistir filmes dos santos, com tempos de partilha). 

Na dimensão catequética e espiritual: 

Favorecer aos jovens momentos semanais ou mensais de oração em grupo pelas juventudes, sobretudo pelas mais sofredoras;   

Celebrações de adoração, vigílias de oração e noites de louvor oferecendo momento de pregação, testemunhos e do sacramento da reconciliação; 

Proporcionar experiências de retiro para os jovens com temas relativos à esperança, sentido da vida, reconciliação;  

Celebração da Via Sacra, relacionando as estações com as realidades juvenis – (Cf. Via Sacra das Campanhas da Fraternidade dos Anos 1992 e 2013);  

Oferecer aos jovens celebrações litúrgicas especiais para concessão das indulgências plenárias com os devidos compromissos;   

Organizar peregrinações à Catedral, por Vicariatos (regiões episcopais) ou paróquias com uma programação catequética;  

Pensar na possibilidade de eventos públicos: musicais, caminhadas etc. 

Estimular a sinodalidade e a comunhão entre as expressões juvenis em vista de fortalecer no Setor Juventude a participação ativa na vida das comunidades; 

Corresponsabilizar as pastorais, grupos, movimentos pela promoção da pastoral juvenil em vista de rejuvenescê-los com a presença de mais jovens;  

Promover a Leitura Orante da Bíblia, sobretudo, com textos dos evangelhos;  

Celebrar um Congresso Juvenil dando possibilidade para um maior aprofundamento da realidade juvenil e assunção de compromissos sociopastorais; 

Preparar mutirões de confissões para os jovens, dentro de uma celebração penitencial;  

Nas rodas de conversa ou podcasts refletir sobre a inseparabilidade entre Cristo e a Igreja; “cristo sim, Igreja não”, é uma mentalidade errada!  

Na dimensão socio-missionária: 

Favorecer aos jovens o conhecimento do território da paróquia oferecendo-lhes a possibilidade de perceber necessidades e possibilidades de evangelização;  

Visitar as pessoas que vivem em condição de pobreza, abandono e miséria (ou moradores de rua, migrantes) que moram nas áreas com menos atenção pastoral; 

Visitar escolas e promover um evento catequético falando do sentido do Ano Santo;  

Organizar com os jovens o encontro com moradores de rua e visita à instituições terapêuticas, hospitais, abrigos de idosos e de crianças, ou onde for possível, unidades carcerárias;  

Desenvolver campanhas de solidariedade com múltiplos serviços e envolvendo instituições públicas e empresas;  

Estimular a experiência do voluntariado;  

Relacionar o Ano Santo com a questão ecológica, proporcionando aos jovens o compromisso de harmonia com a natureza e estimulando ações como o plantio de árvores, limpeza de praças, parques, praias, coleta seletiva; 

Onde for possível, articular algum evento ecumênico e de diálogo inter-religiosos estimulando a Paz e a fraternidade, contra a intolerância religiosa;  

Promover mutirões missionários programando a visita missionária de casa em casa concluindo à noite com uma celebração festiva;  

Fazer o mapeamento na paróquia sobre pessoas lesadas em seus direitos e estimular o serviço voluntários de profissionais para ajudá-los;  

Visitar os meios de comunicação como Rádios e TV para deixar uma mensagem sobre o Ano Santo;  

Produzir podcasts, entrevistas, vídeos… etc. sobre o Ano Santo para serem lançadas nas Redes Sociais fortalecendo a PASCOM. 

Na dimensão lúdica: 

Promover festivais artísticos e culturais (teatro, músicas, danças, exposições, coreografias…) com temas como reconciliação, amizade, libertação, esperança;  

Realizar gincanas envolvendo grupos juvenis com diversas atividades como questionário bíblico, esportivas, artísticas, culturais, religiosas, sociais;   

Organizar corridas, caminhadas, torneios, trilhas, passeios e outras atividades esportivas com os jovens tendo como meta a reflexão do tema do Ano Santo;   

Promover o Oratório Festivo, como espaço de entretenimento (com jogos de mesas, ping-pong, pebolim, músicas, esporte e outras atividades) para estimular a convivência entre jovens e adolescentes em clima de família. 

Enfim, muitas são as possibilidades pastorais que podemos oferecer aos jovens. Mas isso requer sensibilidade pedagógica, criatividade e foco na finalidade do Ano Jubilar. São muitos os meios que podemos utilizar para veicular boas mensagens e educar os jovens. O Papa Francisco na Exortação Apostólica Christus Vivit afirma: “Misericórdia, criatividade e esperança fazem crescer a vida” (CV, 173). Essas três realidade tem tudo a ver com Ano Jubilar, mas precisa ser programado.