O ser humano, dotado de inteligência, se faz perguntas sem fim. Enquanto alcança descobrir o porquê, e o como de muitos fenômenos que nos cercam, o abismo do desconhecido avança e aguça a nossa curiosidade. Chegamos à conclusão de que ainda estamos cercados de mistérios, apesar dos enormes progressos. Se descobrimos as leis que movem os astros, se levantamos o véu que cerca os fenômenos das casas assombradas, se conseguimos devassar os segredos da carga genética das células, ficamos quedos diante da confusão que nos causa a matéria escura do universo, ou a reação imprevisível do coração humano. Mas o grande enigma que nos espicaça, é a existência do universo, o porquê de nossas vidas, e quem é o autor desse cosmos misterioso, no qual estamos inseridos. Esta é a grande pergunta. O Deus Criador é a chave dos enigmas que nos cercam.
Nos dias atuais encontramos agnósticos, ou ateus, que para se acalmarem na sua dúvida, precisam continuamente “provar” que esse Ser Infinito não existe. Se eu não acredito em Papai Noel, não preciso a toda hora argumentar, e tentar convencer os outros, para abandonar essa idéia. Se eu argumentasse, sem parar, estaria comprovando que não estou muito convicto. Também vejo constantemente os homens modernos se debaterem nessa busca desafiadora do mistério central da existência. Após Augusto Comte, a filosofia só quer mais trabalhar com dados experimentais. Ele desprezou o suprasumo da ciência humana, que é metafísica. Esta ciência, desde o grande Aristóteles, procura as causas primárias e os princípios elementares. Esta é a filosofia primeira, cuja ocupação principal não é a demonstração material. Se eu não aceito a metafísica, e só trabalho com evidências materiais, é impossível chegar até Deus. É como querer discutir as cores das flores, mas não admitir o uso da vista. O Eterno se revela aos simples de coração. “Os céus proclamam a glória de Deus” ( Sl 19, 1). Então, se você vê um ateu sincero, saiba que suas atitudes nem sempre nascem de um coração mau, ou de uma inteligência pervertida. Ele está envolvido na malha das suas interrogações sem fim. Àquele que busca, se aplica o que disse Jesus: “Não estás longe do Reino de Deus” (Mc 12, 34).