A campanha ‘Junho Vermelho’, que tem como objetivo estimular a doação de sangue durante o inverno, quando há uma redução nos estoques e um crescimento na demanda, já está na reta final. Para que o sangue não venha a faltar para quem precisa, as Fundações Hemocentro de todo o país continuam convocando as pessoas para que doem sangue.
Todos os anos, no dia 14 de junho, países de todo o mundo celebram o Dia Mundial do Doador de Sangue que este ano trouxe como slogan “Quem doa sangue, doa vida”. A data tem como objetivo aumentar a conscientização sobre a necessidade de sangue e seus derivados seguros e incentivar novos voluntários.
O cardiologista membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e coordenador do Observatório de Saúde de Brasília, Geniberto Paiva Campos destaca o aspecto solidário da doação de sangue.
“Como o sangue não é comercializado é importante que o doador compareça aos hemocentros para manter o estoque em alta. O ato de doar é uma terapia que salva vidas”.
A campanha ‘Junho Vermelho’ foi criada em 2014, pelo movimento “Eu Dou Sangue” para despertar a consciência da população sobre a importância das doações periódicas. A ideia surgiu em 2011, quando as irmãs Debi Aronis e Diana Berezin lançaram o movimento ‘Eu Dou Sangue’ no Estado de São Paulo motivadas por um episódio familiar.
Dados do Ministério da Saúde mostram que no Brasil cerca de 3,5 milhões de pessoas realizam transfusão de sangue. Ao todo, existem no país 27 hemocentros coordenadores e 500 serviços de coleta. Atualmente, 1,8% da população brasileira doa sangue.
O sangue é essencial para os atendimentos de urgência, realização de cirurgias de grande porte e tratamento de pessoas com doenças crônicas, como a Doença Falciforme e a Talassemia, além de doenças oncológicas variadas que, frequentemente, necessitam de transfusão.
Para o cardiologista, Geniberto Paiva Campos é preciso mobilizar e estimular a população para que doe sangue. “A doação é um ato de profundo sentido humanitário e não causa prejuízo para quem doa”.
Para reforçar a importância da doação, sensibilizar novos voluntários e fidelizar doadores existentes o Ministério da Saúde também lançou uma campanha nacional de doação de sangue com o Slogan “Doe Sangue regularmente e ajude a quem precisa”.
Baixa nos estoques
Em decorrência das férias escolares e mudança de estação, o Ministério da Saúde identificou, no mês de junho, baixa nos estoques de sangue no Brasil. Por isso, neste período a campanha é reforçada.
Condições para doar
Para fazer a doação, é preciso ter entre 16 e 69 anos. Além disso, é preciso pesar, no mínimo, 50 quilos e estar em bom estado de saúde. O candidato deve estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum. No dia, é imprescindível levar documento de identidade com foto. A pessoa que tem entre 60 e 69 anos, só poderá doar se já o tiver feito antes dos 60 anos. A doação é 100% voluntária e beneficia qualquer pessoa, independente de parentesco com o doador.
Segundo o ministério da Saúde, a frequência máxima é de quatro doações anuais para o homem e de três doações anuais para a mulher. O intervalo mínimo deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.
Referência
O Brasil é referência em doação de sangue na América Latina, Caribe e África. Desde 2009, a experiência brasileira é utilizada em cooperações técnicas com mais de 10 países para o fortalecimento e desenvolvimento da promoção da doação voluntária de sangue, qualificação da atenção integral à pessoa com Doença Falciforme e aperfeiçoamento da produção de hemocomponentes. Honduras, El Salvador e República Dominicana são exemplos de parceiros em projetos para o fortalecimento da doação voluntária de sangue.