Dias atrás, neste espaço do Jornal da Manhã, a Presidente da Academia de Letras, Terezinha Hueb de Menezes, tecia elogiosas considerações em referência a um dos nossos Padres, por sua nomeação pelo Papa Bento XVI, para Bispo diocesano no Paraná. Vai ele para longe ser o bom pastor de seu rebanho. Cumprimentos e votos, com tristeza da separação, são sentimentos dos paroquianos e de muitos outros, expressos pela articulista.
Aos católicos se deve lembrar, nestes tempos de confusão, em que até mulheres se dizem “Bispas” (!), o que significa este nome e qual a função que ele assume.
“Bispo” (em latim “episcopus)” vem do verbo grego “episkopein”, que se atribui aos apóstolos e seus sucessores. Significa olhar, zelar, tomar conta dos que lhe são entregues. Daí o substantivo “epíscopos”, que se atribui aos auxiliares e sucessores dos apóstolos, cuja função era cuidar do rebanho de Cristo. Daí vem o termo “Bispo” ou “Epískopos” (em grego).
É pois a sucessão dos apóstolos alta e significativa função. A ele cabe olhar com solicitude, como sucessor dos Apóstolos, pelo rebanho que lhe é entregue. Não é apenas um título ou uma nomeação. É muito mais, pois é um sacramento, que é solenemente conferido por três outros bispos pela imposição das mãos e pela fórmula essencial.
Nesta fórmula se pede a Deus que seja enviado sobre o eleito o “Pneuma heghemonikon”, isto é, o “Espírito que faz o chefe”, que o texto latino traduziu por “spiritus principalis” isto é: o “Espírito que constitui o pastor, o chefe”. É o carisma do apóstolo.
O Bispo é pois “sucessor dos apóstolos”. Há uma “genealogia”, isto é, na ponta inicial da corrente ininterrupta de ordenações episcopais houve um apóstolo que transmitiu o carisma apostólico ao sucessor. E esta corrente ininterrupta chega àquele que é agora sagrado pelo sacramento da ordem na sua plenitude.
Honroso cargo, sim, suceder aos apóstolos. É ele pois quem vai cuidar – episkopein – do rebanho de Cristo, a Igreja, como servo, que dará suas forças, sua palavra, seu zelo, seu único amor a seu rebanho.
Traz no peito o Crufixo, inspiração de seu ensino; na fronte a mitra de seu pontificado; na mão, a aliança de verdadeiro amor nupcial por sua igreja diocesana.
Que o Espírito “heghemonikon” ilumine e dê força ao nosso irmão Dom Antonio Braz, sucessor dos apóstolos, para apontar a seus diocesanos de Jacarezinho as trilhas ascensonais do Coração de Deus.