O bispo de Nova Friburgo (RJ) e referencial da Pastoral da Aids no Brasil, dom Luiz Antonio Lopes Ricci, participou da capacitação diocesana para agentes da Pastoral da Aids, no último dia 12 de março. O evento aconteceu na Paróquia Imaculado Coração de Maria, São Pedro e São Paulo, em Duas Pedras – Nova Friburgo. Entre os palestrantes estava também a coordenadora da pastoral no Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Lúcia Souza.
A formação que teve início com a Santa Missa, reuniu antigos e novos agentes para um dia de partilha, fomentando a troca de conhecimentos, experiências e muitos esclarecimentos acerca da Pastoral da Aids. Coube à Lúcia Souza a missão de transmitir aos novos agentes o que se refere à atuação da Pastoral da Aids na Igreja, testemunhando um pouco de sua experiência tanto no regional quanto na Arquidiocese de Niterói (RJ). Falou a respeito da capacitação de agentes, destacando os desafios de encontrar os mesmos. Lúcia também mencionou que já são 20 anos de atuação da pastoral neste regional.
Grande animadora dos trabalhos da Pastoral da Aids, a coordenadora diocesana, Ana Carolina Barbosa de Souza, relatou experiências vividas, motivando a adesão de novos agentes ao grupo da pastoral. Na oportunidade, Ana Carolina enfatizou que a pastoral tem em seu centro o Cristo, a mística. O assessor eclesiástico da Pastoral da Aids na diocese, padre Romevaldo Reis, também esteve presente ao longo do dia iluminando as diferentes falas com algumas pontuações.
Em dado momento, os participantes foram divididos em grupos para a troca de experiência sobre o conteúdo recebido, tomando como ponto de partida a seguinte pergunta: Como eu vejo uma pessoa com HIV/Aids? No retorno, alguns pontos cruciais foram levantados: o preconceito, o medo, a ignorância, o constrangimento pelo qual passam os soropositivos, a necessidade de um olhar mais sensível e inclusivo para essa causa, tendo como questão fundamental o acolhimento.
O preconceito, um dos pontos mais mencionados durante a partilha, foi o tema proposto para a palestra de dom Ricci. Primeiramente, o bispo referencial da Pastoral da Aids manifestou sua alegria e gratidão pela presença de todos, acolhendo, de modo especial, aqueles que serão os novos agentes desta pastoral.
“O pré-conceito adquirimos pela ignorância ou pelo medo”, mas alertou que “se não vencermos o preconceito este se torna discriminação”, explicou. O bispo apontou ainda uma triste constatação. “Preconceito é uma ideia. Discriminação, não. É fato, machuca”.
Dom Luiz Antonio também sinalizou o papel fundamental da Ciência na luta contra o HIV, destacando com positividade os medicamentos e estudos para desenvolvimento de uma possível vacina. Oportunamente, destacou os mitos incutidos na sociedade ao longo dos anos, a respeito do vírus, lembrando que “uma vez que tenho a informação, preciso vencer o pré-conceito”.
Iluminando sua fala com a Sagrada Escritura, mencionou três personagens: o leproso, o bom samaritano e a pecadora perdoada, refletiu sobre a importância de cada um e convidou os agentes a serem como o bom samaritano. Nesse momento, olhando para a figura do leproso, destacou. “Jesus toca nas nossas feridas e sofre conosco. Não é possível ser cristão e não ter o mesmo sentimento que Cristo”. A respeito da pecadora perdoada, disse. “Santo Agostinho, certa vez, comentou o encontro de Jesus com a adúltera. Ele dizia que no final desse encontro permaneceram apenas duas coisas: a misericórdia e a miséria”.
Antes de finalizar, o bispo recordou o tema da Campanha da Fraternidade 2022 ‘Fraternidade e Educação’, chamando a atenção dos agentes ao lema ‘Fala com sabedoria, ensina com amor’ (cf. Pr 31, 26). “Só fala com sabedoria quem escuta… Devemos nos deixar educar por Jesus, que é o grande Educador”, incentivou. Por fim, exortou os participantes.
“A Pastoral da Aids é uma pastoral a serviço da vida, para que todos tenham vida e vida com dignidade”, ressaltou dom Ricci.
Com informações e fotos de Grasiele Guimarães – Diocese de Nova Friburgo