“Queremos agradecer pela vossa intenção de rezar e acompanhar-nos com as vossas orações pelo que vivemos em Israel, na Palestina, na Terra Santa. Uma terra maravilhosa, fascinante, marcada pelos passos de Jesus onde cada pedra, em cada esquina, nos fala da Sua presença e Sua encarnação”, diz a irmã Alicia Moro.
Missionária na Terra Santa, região do Oriente Médio, a irmã comboniana espanhola Alicia Vacas Moro cuida de refugiados e beduínos, especialmente mulheres e crianças. O conflito na região é antigo, doloroso e tem raízes muito profundas na história da humanidade. “Raízes de discriminação e perseguição do povo judeu em muitos países ao longo da história; e, mais recentemente, na ocupação e discriminação do povo Palestino”, ressalta irmã Alícia.
A Terra Santa é a região onde Jesus viveu, pregou e morreu. É importante lembrar que a cidade de Jerusalém é importante para as três principais religiões monoteístas do mundo: cristianismo, judaísmo e islamismo. Sendo assim, vários grupos diferentes vão reivindicar a cidade como sua, e isso gera conflitos.
Enfermeira em formação, a religiosa comboniana recebeu, em março, o Prêmio Internacional Mulheres de Coragem 2021, do Departamento de Estado dos Estados Unidos, por ocasião do Dia da Mulher. Há 15 anos, este prêmio destaca mulheres protagonistas na luta pela paz, justiça e direitos humanos, às vezes enfrentando graves perigos e grandes sacrifícios.
Irmã Alicia conta que viver de missão em Jerusalém é testemunhar a encarnação de Jesus que se realiza e se repete também a Sua paixão, a Sua morte e Sua ressurreição. Segundo ela, esta encarnação segue acontecendo, se segue repetindo no sangue que corre constantemente pela Terra Santa.
Entenda os conflitos na região
Jerusalém foi destruída, invadida, e reconstruída dezenas de vezes ao longo da história. Na tradição do Antigo Testamento, o rei Davi conquistou a cidade e seu filho Salomão deu início à construção do primeiro templo.
Em 1948, após o fim da Segunda Guerra Mundial, uma resolução da Organização das Nações Unidas determinou a criação de um Estado Judeu e um Estado Palestino. Porém, apenas o Estado de Israel foi criado, e a população palestina luta até hoje para que seu Estado seja criado.
“São feridas profundas que mantém hoje o povo palestino sob uma situação de ocupação de sua terra e contínuo medo de perder os campos os direitos de movimento livre, a ter acesso aos serviços básicos da água, eletricidade, gás, saúde e educação e ao mesmo tempo viver sob um regime de discriminação. E por tudo isso, naturalmente, de vez em quando se vê explodir situações de violência, de ódio e vingança por ambas as partes”, conta a irmã Alícia.
Diante dessa realidade, em maio deste ano, o Papa Francisco expressou sua preocupação com a Terra Santa. Em sua mensagem, o Santo Padre chamou a atenção para os conflitos armados na Faixa de Gaza, em Israel, responsável por inúmeras mortes, inclusive, segundo ele, a morte inaceitável de crianças. Segundo o Papa, os conflitos geram uma onda de violência, numa espiral infinita dificultando a cura das feridas por meio do respeito e do diálogo.
Irmã Alícia lembra que rezar pela paz na terra santa é também rezar pelos direitos dos povos de viver com justiça e com dignidade, especialmente dos cristãos que sofrem na carne essa situação.
“Na maior parte são palestinos e, portanto, vivem a mesma ocupação e a mesma discriminação que vivem o resto dos palestinos e ao mesmo tempo, são uma minoria cristã que as vezes também sofrem a discriminação e a perseguição como cristãos”, pontua.
Jornada de Oração pela Terra Santa
A Jornada de Oração e Missão é promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que sofre (ACN). No próximo dia 1º de agosto, a Jornada de Oração será dedicada à região da Terra Santa.
Esse dia de oração faz parte de uma série que coloca o valor da oração como “agir missionário” e propõe que cada cristão católico dedique um tempo do dia para rezar por determinado país. Faça parte desta corrente de oração e nas redes sociais utilize a hashtag #rezepelaterrasanta
Confira o vídeo de divulgação:
Com informações das POM e Vida Nueva Digital Tradução da entrevista: irmã comboniana Sandra Amado Assessora Comissão para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB