Tema: Fraternidade e Segurança Pública
Lema: A Paz é fruto da Justiça(Is 32,17)

O objetivo geral da CF 2009 é suscitar o debate sobre a segurança pública, contribuir para a promoção da cultura da paz nas pessoas, na família, na comunidade e na sociedade para que todos construam a justiça social, garantia da segurança para todos. A paz construída é a paz positiva tendo presente os valores humanos como a solidariedade, a fraternidade, o respeito ao outro, a mediação pacifica dos conflitos. A paz negativa orienta-se pelo uso das armas, intolerância com os diferentes, os bens materiais.

Todas as pessoas aspiram por segurança; porém essas se deparam pela falta de segurança pública manifestada pela violência no trânsito, nos cárceres, no tráfico de drogas, armas, desigualdades sociais, na fome, na miséria, na corrupção e em outras formas. Nós precisamos refletir sobre essa questão. Na realidade a segurança pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos. A segurança pública está ligada ao Estado Democrático de Direito não sendo uma função exclusiva do Estado mas refere-se às atitudes e valores dos cidadãos e a Constituição Federal fala em exercício pleno da cidadania.

O Senhor salva o povo que nele confia. O anjo do Senhor vem para proteger dando plena segurança pois ele vai à frente como os profetas, protege pelo caminho como Moisés, introduz na terra prometida como Josué e carrega o nome do Senhor como os sacerdotes. A confiança em Deus não isenta a pessoa na construção da paz, da justiça e da segurança. A confiança em Deus conduz o irmãos para o Shalom, à paz. Este termo aparece 239 vezes na Escritura do qual abrange o bem-estar, felicidade, saúde, segurança, relações sociais equilibradas, harmonia consigo mesmo, com o próximo e com Deus. A paz na Bíblia é a aliança que Deus fez com o povo de Israel em vista da paz e para a paz(cf Nm 25,12).  A paz é fruto da justiça(Is 32,17).

O profeta Isaias fala do Messias como o Príncipe da Paz (cf Is 9,1-5): tudo se realiza em Jesus. O Príncipe da Paz afirma no alto da cruz: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!”(Lc 23,34). Ele reconcilia todas as coisas, as da terra e as do céu(cf Ef 1,10). Em Jesus nós descobrimos que segurança pública é mudança de critérios, pois a reconciliação é o caminho para a paz.  A Igreja, sendo perita em humanidade, na expressão de Paulo VI em seu discurso na ONU (04/10/1965) deve ser a exemplo de seu divino Fundador e Mestre uma Igreja serva, samaritana no qual volta o seu olhar para aqueles que sofrem e passam por necessidades. Ela deve ser solidária para com todas as pessoas e deve usar bem o poder em vista do bem comum de uma forma diferente da vida civil.

Algumas outras ações que podem ser desenvolvidas na comunidade eclesial e na sociedade:- assegurar serviços de caridade para com a vítimas da violência e seus familiares;- apoiar as associações que lutam para superar as causas da insegurança;- promover o diálogo com os poderes públicos, leis e políticas públicas que permitam a construção de uma sociedade mais segura;

  • organizar casas de acolhidas que atendam com compaixão e solidariedade as vítimas da violência e os grupos de risco;- privilegiar o tempo quaresmal em vista da conversão e da mudança de mentalidade na busca da coerência entre fé e vida;- fortalecer as pastorais sociais sobretudo a pastoral carcerária;
  • ter presente o diálogo ecumênico e inter-religioso e inter-cultural para a busca de caminhos na construção da vida segura;- difundir a espiritualidade da não violência, priorizando o diálogo, a solidariedade, o perdão;- promover dinâmicas de perdão entre as famílias; A Cf se expressa pela oferta em dinheiro na coleta da solidariedade. O gesto é concreto feito em âmbito nacional, nas comunidades, paróquias, dioceses. Desta forma se expressa a Coleta da Solidariedade:Domingo de Ramos, 05 de abril de 2009.

Dom Anuar Battisti

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