Confissões, almoço com jovens e Via Sacra com fragilidades do mundo: os destaques desta sexta-feira, 4, na JMJ

Recebido por coros de “Esta es la juventud del Papa…”, o Santo Padre chegou na manhã desta sexta-feira, 4 de agosto, terceiro dia de sua viagem a Portugal para a JMJ – 42ª viagem apostólica internacional de seu Pontificado -, ao Jardim Vasco da Gama, em Lisboa.

Nesse grande espaço verde da capital portuguesa tem lugar um dos momentos mais significativos de toda a Jornada Mundial da Juventude: as confissões dos jovens. De fato, 150 confessionários, feitos por jovens detentos da prisão de Passos de Ferreira, construídos com materiais reciclados e recicláveis e feitos de forma a serem acessíveis a pessoas com deficiência, foram colocados no grande parque. O Papa, tendo chegado em uma cadeira de rodas, confessou ele mesmo três jovens: um rapaz espanhol de 21 anos, uma moça guatemalteca de 33 anos e um italiano de 19 anos.

No terceiro dia na capital portuguesa, Francisco conheceu a realidade vivida por três iniciativas assistenciais: o Centro Social Paroquial São Vicente de Paulo, a Associação de Solidariedade Social ‘Ajuda de Berço’ e a Associação de Pais e Amigos de Crianças com Câncer ‘Acreditar’.

Almoço com os jovens

Um grupo de jovens, seis moças e quatro rapazes, almoçaram com o Papa Francisco, na Nunciatura Apostólica de Lisboa. São jovens de diferentes idades (dos 24 aos 34 anos) e de diversas nacionalidades (portuguesa, brasileira, guineense, filipina e até palestina), escolhidos para renovar uma tradição que se repete há anos em cada Jornada Mundial da Juventude.

Também estiveram presentes no almoço o patriarca de Lisboa, cardeal Manuel José Macário do Nascimento Clemente, e o bispo auxiliar, dom Américo Aguiar, presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, que será criado cardeal no próximo consistório. O Papa também encontro com Maria da Conceição Brito Mendonça, nascida no dia das aparições de Fátima, e com Edna Pina Lopes Rodrigues, acometida de uma doença grave

Em entrevista ao Silvonei José, do VaticanNews, o jovem brasileira, Pedro Luiz, que almoçou com o Papa, disse que o encontro com o Papa é algo que ele não consigue explicar. “O Papa é o Sucessor de Pedro que por sua vez é o Sucessor de Cristo. Então, é uma experiência de estar olhando o rosto de alguém que expressa o rosto de Jesus misericordioso para mim”, disse.

O jovem disse que o Papa conversou com eles vários assuntos, como aborto, eutanásia e  sobre os mais velhos. Segundo Pedro Luiz, o Papa disse que “os mais velhos sonharão e os jovens profetizarão. Ele falava desse encontro. Busquem a sabedoria dos mais velhos e algo dali pode surgir”.

Via Sacra e fragilidades do mundo

Um percurso “original” e “diferente do normal”, descreveu Matilde Trocado sobre a Via-Sacra desta sexta-feira (4) no Parque Eduardo VII em que mais uma vez irá ver o encontro do Papa com os jovens. As estações, segundo uma consulta mundial, serão ligadas a 14 fragilidades identificadas pela própria juventude.

O Papa Francisco volta ao parque Eduardo VII na sexta-feira para a Via-Sacra com os jovens. Segundo Matilde Trocado, da direção artística do Ensemble 23 – o grupo de 50 jovens de 22 países que tem atuado durante os eventos centrais da JMJ -, a Via-Sacra nasceu de uma consulta mundial feita à juventude:

“Foram os jovens que identificaram, na visão deles, quais eram as principais fragilidades do mundo. E, a partir desta consulta, chegamos a 14 fragilidades que eles identificavam como as principais no mundo que vem a volta. E, então, ligamos cada fragilidade à cada uma das estações da Via-Sacra. E, portanto, é uma Via-Sacra que não só fazemos a narrativa da Paixão, acompanhando Jesus até a cruz, mas em cada uma delas rezamos uma fragilidade no mundo identificada pelos jovens.”

Algumas das fragilidades identificadas pelos jovens, que Matilde antecipou em entrevista a Silvonei José, enviado especial da Rádio Vaticano – Vatican News à JMJ em Lisboa, são: a saúde mental, a violência, a solidão e a intolerância. A diretora artística destacou ainda que será uma Via-Sacra com um percurso “original”, “diferente do normal” e “bastante inédito”: em termos artísticos, disse ela, “é uma leitura um pouco mais aberta e construída mesmo pelos jovens”.

O projeto, como explicou Matilde, nasceu da Companhia de Jesus com as reflexões de cada estação feitas pelo jesuíta de Lisboa, Pe. Nuno Tovar de Lemos. Os painéis presentes na Via-Sacra também são de um jesuíta, Pe. Nuno Branco.

Com informações e fotos do VaticanNews

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