Dom Romualdo Matias Kujawski
Bispo Diocesano de Porto Nacional (RO)
A vida sempre nos impressiona com a rapidez dos pensamentos, mudanças e conceitos. Gostaria de refletir hoje sobre o mais nobre valor do nosso dia a dia: a Família.
Jesus nos deixou um recado que deveria dinamicamente transformar o nosso comportamento diário: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos.”(Mc 10,45). Esse trecho da Sagrada Escritura trata-se sobre o serviço que, principalmente na Família, anula toda e qualquer competição.
Posso constatar, por minha experiência pastoral, que o bem estar social está nas mãos de nossas Famílias. Portanto, quais são as reflexões, que poderiam nos ajudar a viver como uma Família autenticamente Cristã, em nosso mundo plural? Vejamos:
- Discernimento dos modelos de convivência, bem como verdadeira conversão a Jesus Cristo. A observação que podemos fazer é bem simples: O casamento cristão contempla a união entre o homem e a mulher, que se amam e que tenham o compromisso de servir reciprocamente um ao outro.
- Tal serviço verifica-se na prática diária, com a vivência do amor e da doação. Aqui encontramos a semelhança com a vocação para a vida sacerdotal e religiosa, portanto cada um no estado de vida que o Senhor o chamou.
- Viver a mística de participação no ato de criação contínuo do Criador, através do ato sexual fecundo. Os filhos são do casal, por questões naturais, mas não são propriedades deles.
- É bom quando casal vive muitas virtudes familiares, destacando a paternidade e a maternidade, apoiados com o amor recíproco confirmado diariamente, na certeza de que quando se constrói a casa sobre a rocha, que é o Cristo, “pode cair a chuva, vir as enchentes, os ventos podem dar contra casa” em nenhuma hipótese cairá, pois está construída sobre o mais forte alicerce. (Cf. Mt 7, 25).
Poderia refletir mais, mas acredito que o essencial já foi passado.
A nossa Família é indissolúvel, princípio evangélico: “Desde o princípio da criação Deus os fez homem e mulher. Por isso o homem deixara pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois formarão uma só carne; assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu o homem não separe”. (Mc 10, 7-9)
Então, continuando esta reflexão tenhamos a ousadia de nos perguntar:
*A nossa família é a nossa paz? …
*O que fazer? …
*As verdades ideológicas e o materialismo prático tomam conta da nossa vida familiar? …
Para de não perder a esperança, constatamos que o caminho de Jesus é sempre o caminho do amor e do perdão. Na Pessoa d’Ele, as Famílias se recuperam! Gozam a alegria do acolhimento. Desejo que todos vocês tenham força vital de proporcionar o crescimento espiritual na Igreja e na querida sociedade, que se chama Brasil. Enfim, quando a Família é a nossa paz, esta paz é também da sociedade.
Sagrada Família, rogai por nós!