Organismo da CNBB responsável por formação de missionários estrangeiros comemora 50 anos

Uma missa presidida pelo secretário geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, na capela do Centro Cultural Missionário (CCM), marcou, na noite deste sábado, 11, a comemoração dos 50 anos do Centro de Formação Intercultural (Cenfi). Criado em 15 de dezembro de 1960, o Cenfi é um organismo da CNBB cujo objetivo é ensinar a língua portuguesa aos missionários estrangeiros, introduzi-los no contexto sociocultural do Brasil e dar-lhes uma noção sobre a missão e a realidade da Igreja no brasileira.

CENFIDOMDIMASDom Dimas destacou o número de missionários que já passaram pelo Cenfi e manifestou a alegria da CNBB pelos 50 anos de um de seus organismos. “O Cenfi já formou mais de 4 mil missionários vindos de todos os continentes para o Brasil. Esse número, por si só, revela o que é o CENFI, que quer mostrar a identidade da Igreja, que é, por natureza, missionária”, disse.

O Cenfi nasceu por uma iniciativa dos franciscanos de Anápolis (GO), sob orientação do famoso sociólogo e teólogo Mons. Ivan Illich. Experiências semelhantes já existiam em Porto Rico e no México. Mais de 20 anos depois, em 1982, é incorporado ao CCM como um de seus departamentos, juntamente com o Serviço de Colaboração Apostólica Internacional (SCAI) e o Centro de Animação e Estudos Missionários (CAEM).

“Os 50 anos do Cenfi significam uma caminhada missionária”, recorda o diretor do CCM, padre Estêvão Raschietti. “Muita água já passou debaixo da ponte e o Cenfi continua fiel aos seus princípios”, acrescenta.

CENFIRaschiettiSegundo padre Raschietti, “a conjuntura mudou” e os missionários, que antes vinham dos Estados Unidos, hoje vêm da América Latina, Ásia e África. Outra novidade é o número de cada turma nos dois cursos que o Centro oferece por ano. “O número [dos missinórios] caiu. Antes eram 40 a 60. Hoje chegam, no máximo, a 20”, explica o diretor do CCM. Cada curso tem duração de 90 dias.

A presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Irmã Márian Ambrósio, também participou das comemorações cinqüentenário do Cenfi e destacou a gratidão de sua entidade pelo trabalho realizado pelo Centro. “A Igreja do Brasil é o lugar onde a missão encontra um chão fecundo, quebra as fronteiras da língua e da cultura. A experiência do CENFI mostra que é possível outro modelo de vida religiosa”, disse a religiosa.

CENFISOCORROProfessora de português há 30 anos no Cenfi, Maria do Socorro Dias ressalta o compromisso dos missionários e a diversidade cultural de cada turma, que chega a ter até 15 nacionalidades diferentes. “O que mais me marca no Cenfi é a unidade apesar das diferenças. Isso é muito interessante”, disse.

Cerca de cem pessoas participaram da festa, que teve, além da missa, uma exposição missionária e apresentações culturais preparadas pela turma de missionários que está fazendo o curso no Cenfi.

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