Para nossa cidade e nossa Arquidiocese, agosto é o mês de Nossa Senhora. Entre muitos titulos com que nós, católicos, homenageamos, o de Nossa Senhora da Abadia tem especial relevo. Além do Santuário que Lhe é dedicado aqui em Uberaba, temos ainda o de Romaria, pequena cidade do Triângulo, que nesta época se torna repleta de devotos, vindos até de longíquos lugares do País.

O título de Nosa Senhora da Abadia é de origem portuguesa, por ter surgido esta devoção numa Abadia de Portugal para onde peregrinavam os devotos com a finalidade de cultuar a Mãe de Deus diante da imagem ali venerada.

Quando Nestório no século 5 começou a ensinar erradamente que em Jesus Cristo havia duas pessoas – a divina como Verbo de Deus e a humana – e que Maria seria a Mãe de Jesus, pessoa humana e não de Jesus, segunda Pessoa divina, o Concílio de Éfeso (no 432) definiu que Cristo tem duas naturezas – a divina e a humana – mas numa só pessoa,  que é a pessoa divina do Verbo e que por isto Maria é a Mãe de Deus. Ela deu ao Verbo, pessoa divina, a natureza humana. Daí o termo “Theotokos”, isto é: Mãe de Deus.

Temos pois fundamento teológico sólido para homenagear Maria Santíssima, como Mãe de Deus, isto é: Mãe da Pessoa divina do Verbo, tendo-lhe dado virginalmente a natureza humana.

Os variados títulos de Maria, que a devoção cristã lhe dá, são denominações que indicam os locais, onde é Ela cultuada ou algum dos seus privilégios. Mas a razão do culto cristão a Maria Santíssima é ter sido Ela a Mãe de Jesus, por isto, Mãe de Deus.

Como todo bom filho se alegra com as homenagens que prestam à sua mãe, Jesus Cristo, o melhor dos filhos, deve alegrar-se sempre que vê ser sua Santa Mãe festejada e querida pelos filhos de Deus.

À Festividade de Nossa Senhora da Abadia, tanto aqui em Uberaba, como em Romaria, acorrem incontáveis multidões, que oferecem à Mãe de Deus sua homegem filial e voltam enriquecidos de muitas graças de nosso Deus. Tem de ser assim, porque – lembremo-nos – “que foi na derradeira claridade / da dor crepuscular de uma agonia, / que nola deu por mãe Jesus outrora!”

Dom Benedicto de Ulhoa Vieira

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