Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba

 

Encerrando mais um mês dedicado ao tema “vocação”, as impressões de agosto continuam fervilhando na mente de quem se ocupa do trabalho de comunicar as verdades da Palavra de Deus. Quem faz isso com perfil de responsabilidade está agindo imbuído de critérios adquiridos de uma formação centrada numa resposta vocacional. Deus usa das pessoas para falar do bem e da vida.

Numa das mensagens do Papa Francisco, ele diz que “Nós, cristãos, não temos um produto para vender, mas temos uma vida para comunicar”. Portanto, ser comunicador é uma missão e uma vocação, porque tudo deve ajudar na construção da identidade da vida humana. O verdadeiro comunicador cristão tem o compromisso de anunciar o Evangelho de Jesus Cristo e seus princípios.

A fonte da comunicação é Deus. Mas ela tem seus reflexos nas necessidades do tempo presente, criando afinidade do que é comunicado com quem recebe a comunicação. Deve ser uma forma de criar experiência de amor com o que é registrado na comunicação, seja ela de que forma acontecer. Não basta divulgar as coisas, mas criar laços de comprometimento com as pessoas.

Nos sentimentos do Santo Padre, o Papa Francisco, a comunicação significa “manifestar o amor e a vida através dos meios de comunicação”. Essa é uma necessidade existente entre todas as pessoas, principalmente para quem vive em uma comunidade ou em um grupo. A falta de comunicação, seja de “calor humano”, seja através dos meios da tecnologia, fragiliza os relacionamentos.

Podemos dizer que a comunicação é um remédio para a vida e para superar a cultura marcada pelo individualismo. Mas isso acontece quando é uma comunicação que não constrói barreiras e realmente liberta a pessoa. Quando ela é mal usada pode criar discriminação e isolar determinadas pessoas, principalmente quando cometida por alguma deficiência para o convívio social.

Corremos um grande perigo na comunicação de provocar degradação dos direitos individuais e exclusão social. Na verdade, todas as pessoas normais querem ser incluídas no relacionamento social, no rol da felicidade, amadas e valorizadas na sua convivência. Uma boa comunicação pode contribuir com esse desejo, mas pode também ser instrumento de fragilizar a vida comunitária.

 

 

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