Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Com o título: “A boa política está ao serviço da paz”, o Papa Francisco apresentou a 52ª Mensagem para o Dia Mundial da Paz. Inicia, colocando esta reflexão na missão empenhativa da Igreja de oferecer a Paz a todas as casas, mandato do próprio Jesus Cristo, desejo e voto permanente dos cristãos. A seguir, citando o grande escritor Carlos Péguy, que, ao falar de esperança, a compara como uma flor frágil que procura desabrochar entre as pedras da violência; apresenta o desafio da boa política: servir, tornando-se o último de todos para realizar o bem comum.
Desafio que exige a caridade e virtudes humanas que orientem sempre a política a defender os direitos humanos e a construir a paz. Nesse intuito, recorda o famoso texto do Cardeal Francisco Xavier Nguyen Van Thuan, denominado “As bem aventuranças do político”. Acrescenta numa linha de continuidade, como uma contraposição os vícios na política, referindo-se especificamente: a corrupção, a negação do direito, a falta de respeito com as normas comunitárias, a justificação da força e do arbítrio, a perpetuação no poder, xenofobia, racismo, recusa a cuidar da Terra, desprezo dos exilados.
Passa a propor diretrizes de ação, promover a participação e a confiança no outro, fundamentando a boa política no Diálogo e no Direito sendo “artesãos da paz”. Expressar um não determinado à guerra e à estratégia intimidatória do medo e do terror, culpabilizando os pobres e os migrantes. Finaliza lembrando, como um grande Projeto de Paz, o septuagésimo aniversário da Declaração dos Direitos Humanos, enraizando esse generoso Projeto Político na responsabilidade mútua e na interdependência dos seres humanos.
Conclui afirmando que a Paz é uma conversão do coração e da alma, que se dá nas três dimensões indissociáveis: a Paz consigo mesmo, a Paz com o outro e a Paz com a Criação como grande Dom de Deus. Inspirado no Magnínificat de Maria, Mãe de Cristo Salvador, a invoca como Rainha da Paz. Deus seja louvado!
