17° Domingo do Tempo Comum

Dom Carmo João Rhoden 
Bispo Emérito de Taubaté (SP) 

 

17° Domingo do Tempo Comum – 30/07/2023 

Liturgia da Palavra (Mt. 13, 44-46.52) 

 

Jesus, certamente, não pretende ensiná-los, neste Evangelho, como adquirir tesouros ou pérolas preciosas. O que então nos quer ensinar ou mostrar? É isso que devemos perceber. 

As duas parábolas, não pretendem negociantes de ouro e pérolas preciosas, mas conscientizar-nos de como é valioso o Reino de Deus, e da necessária pertença a Ele. De fato, vivemos uma só vez. Não há reencarnação nem outras chances, depois dessa vida, para salvar-nos. 

É preciso fazer tudo para conquistar o Reino. É necessário, até desfazer-se de tudo, para não o perder. Do contrário, seríamos, até loucos ou irresponsáveis.  

Segundo ensinamento: viver com alegria.  

Quem optar por seguir Jesus Cristo, não pode viver triste ou pessimista, mostrar-se derrotado e infeliz. Isso seria um contratestemunho inaceitável. Como? Por que? Porque encontrou seu tesouro. Diríamos no Brasil: “ganhou na loteria! ” 

Deveria, sim, estar muito atento, por causa dos assaltantes ou mal-intencionados, sempre prontos para roubar ou desviar do reto caminho. Somos então cuidadosos? Temos já, o seguro de nossa vida? 

Como Cristãos somos felizes na vivência do Evangelho? Não damos frequentemente a impressão de estarmos descontentes, pouco fraternos ou até agressivos? 

Jesus não só fala de um tesouro, mas, deixa claro que este tesouro é Ele mesmo. Por isso afirma ainda que, diante Dele, tudo se relativiza, ou seja, torna-se de menor valor. Cabe, por isso, nova pergunta: Cristo é mesmo nosso tesouro? Não o trocamos, facilmente, por ninharias? Judas o vendeu, por 30 moedas. Os Cristãos hoje não O trocam facilmente ou até O vendem mais barato?  

Que importância ou valor damos à realidade do Reino de Deus? Do conhecimento de Cristo? Da Igreja? Da necessidade de participarmos da construção do Reino de Deus? De ajudarmos na comunidade, de sermos ativos nela? 

Jesus deixou claro que, somente Deus é valor absoluto. Diante Dele, tudo se relativiza. Até a própria vida. Afirma que viver o amor de Deus é necessário, antes de tudo, e sobretudo. Os mártires o provaram. Os Santos o conseguiram.  

E nós, se houvesse uma perseguição no brasil, a enfrentaríamos sem covardia e sem fuga? Nossa Fé vale mais que um tesouro?  

Jesus fala da alegria, com que deveríamos viver, nossa experiência de Deus, nossa pertença à Igreja, nossa vida fraterna e sacramental. Há mesmo alegria em nossa vivência religiosa? Em pertencer à Igreja? Não há muita tristeza, agressividade e desânimo no mundo atual? Não afirmam outros que a vida não tem sentido e que é preciso gozar a mesma, como e enquanto dá? Como comparar o Evangelho de hoje, com a vivência religiosa nossa?  Não há necessidade de conversão? 

 

 

Tags:

leia também