Os representantes das seis entidades signatárias do “Pacto pela Vida e pelo Brasil” – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns (Comissão Arns), Academia Brasileira de Ciências (ABC), Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) – entregaram o documento “O povo não pode pagar com a própria vida” ao representante do Fórum Nacional dos Governadores e governador do Piauí, Wellington Dias, e ao presidente da Frente Nacional de Prefeitos e ex-prefeito de Campinas (SP), Jonas Donizete.
O evento, do qual participaram também os governadores do Ceará, do Rio Grande do Norte, do Espirito Santo e do Maranhão, foi realizado de forma virtual na manhã desta segunda-feira, 15 de março e transmitido pelo Youtube.
Na abertura do ato, cuja coordenação foi do assessor político da CNBB, padre Paulo Renato, a jornalista Laura Greenhalgh leu a íntegra do documento. Lançado na última quinta-feira, 11 de março, pelas organizações signatárias do Pacto Pela Vida e pelo Brasil, o manifesto pede que seja estancada a escalada da morte e o fim do negacionismo, causa do colapso do Sistema Único de Saúde (SUC) e do agravamento do caos que levou às quase 280 mil mortes no Brasil em decorrência da Covid-19.
Salvar vidas: prioridade das prioridades
O arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, destacou que é essencial a participação das instituições para o enfrentamento dos enormes desafios colocados pela fase atual da pandemia.
O presidente da CNBB agradeceu a disponibilidade ao diálogo dos representantes do Fórum Nacional de Governadores e da Frente Nacional de Prefeitos do país. O bispo de Lages (SC) e presidente do Grupo de Trabalho (GT) Pacto pela Vida e pelo Brasil, dom Guilherme Antônio Werlang, também participou do ato.
Segundo dom Walmor, à luz dos valores do Evangelho, a CNBB está desafiada a dar as mãos aos segmentos e instâncias lúcidas da sociedade brasileira tendo em vista a “prioridade das prioridades” que, no momento, é salvar vidas. O presidente da CNBB enalteceu o trabalho das instâncias governamentais, como o Fórum de Governadores e a Frente de Prefeitos, que estão se movimentando para suprir a deficiência da falta de uma coordenação central e integrada do Governo Federal no enfrentamento à pandemia.
“Nós estamos aqui para reafirmar nosso compromisso, parabenizar e fortalecer as inciativas que geram vida. Como Igreja no Brasil, pensando nos muitos que estão em penúria e carência alimentar, queremos caminhar juntos em ações efetivas do ponto de vista institucional e político para abrir um novo ciclo de cidadania ao povo brasileiro”, disse.
Foco do trabalho do Fórum de Governadores na pandemia
O governador do Piauí, Wellington Dias, coordenador da temática de Vacinas no Fórum Nacional de Governadores, disse que a ideia central do Fórum está contida no manifesto. “O que está expresso no documento ‘O povo não pode pagar com a própria vida’ é um chamamento que traduz aquilo que nós precisamos trabalhar e agir neste momento”, disse. Segundo ele, o Fórum Nacional de Governadores admite a existência de um colapso na rede de saúde pública e privada em todo os estados do Brasil.
“Não tem alternativa. Há a necessidade de medidas preventivas. O isolamento social é o caminho”, disse. Ele apontou que é necessária uma coordenação nacional, como todos os países bem sucedidos tiveram, e o investimento no acesso às vacinas. De acordo com ele, num contexto em que o Brasil é o celeiro de novas variantes que podem comprometer a contenção do vírus no mundo, o Fórum de Governadores está buscando convencer os organismos internacionais de que é preciso uma atenção especial ao país.
Além do auxílio emergencial, segundo ele, é necessário incrementar o orçamento público para a saúde e as medidas sociais de apoio ao setor produtivo de modo a dar um suporte para atravessar este período crítico. Ele falou também da importância de uma grande mobilização nacional para garantir que os protocolos de prevenção e distanciamento adotados pelos estados sejam garantidos. Nada disso, segundo o representante do Fórum Nacional de Governadores, vai funcionar se não tiver apoio do governo central.
Participaram, representando as entidades, o presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, o presidente da Comissão Arns, José Carlos Dias, o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, o presidente da ABC, Luiz Davidovich, o jornalista Juca Kfouri, representando o presidente da ABI, Paulo Jeronimo de Sousa e o presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira. Os vice-presidentes das entidades também participaram.
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