Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP)
Jesus aproximou-se deles e lhes dirigiu estas palavras: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Ide, pois, e fazei todas as nações discípulas minhas, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espirito Santo…”(Mt28,18-19).
Na criação, por parte de Deus, existe uma hierarquia de valores: o Reino mineral leva ao vegetal, este, para o animal, e o animal para o racional, ou seja, para o homem e a mulher. Estes para o Desde cedo, no entanto a humanidade tentou mexer nessa fórmula: assim houve o pecado. A confusão cresceu logo, com Caim e outros mais, que nós, já, conhecemos bem. Adão acusa Eva. Esta se escusa e acusa por sua vez e a confusão aumentou. Hobbes afirma: “O homem é lobo do homem”. Vieram depois os profetas da suspeita. Entre eles, Freud. Este comprometeu os seres humanos, fazendo os demais dependentes do seu inconsciente, dos impulsos dos instintos. Marx e Engels, jogaram os irmãos contra irmãos. Patrões contra os trabalhadores. Nietzsche jogou as criaturas contra o Criador: criando o super homem. Deus, no seu ponto de vista, estaria morto: livres enfim. Racionalistas, iluministas e ateus pós-modernos são, ao menos em grande parte, infelizes, pois não aceitam a finitude. Querem ser iguais a Deus, mas na realidade, são frustrados, angustiados, quando não revoltados: infelizes.
Jesus Cristo igual ao Pai, encarnou-se. Tornou-se semelhante aos irmãos, (homens), menos no Veio ao encontro dos pecadores: de todos eles. Assumiu a humanidade toda, mas repito: menos no pecado. Veio para amar, servir, oferecendo a paz. Veio para santificar. Não recusou sofrimento, Cruz, nem tão pouco a morte. Veio para demonstrar o valor do homem da mulher, quando estes assumem sua vocação e missão. Não acusou, mas perdoou. Quis reunir a todos na casa do Pai. Deu sentido à vida, mesmo quando é portadora de cruzes (Cf2ª leitura).
Os fariseus de outrora, como os de hoje, querem afastar o homem, a mulher, família, escola e a sociedade de Deus. Para eles, Cristo, já era, e os valores, religiosos, já, estariam superados. Defendem e lutam pelo sempre maior afastamento da família em relação a Deus, e da Igreja. Querem uma sempre crescente laicização da sociedade: religião só na sacristia. Oração seria coisa de A humanidade, segundo eles, teria, agora, entrado finalmente na maioridade. Mas o que vemos? Insatisfação, drogas, infelicidade. Suicídios feminicídios etc.
Jesus e a Igreja valorizam o homem, a mulher, a maternidade, as crianças, os jovens e o matrimônio. Ambos são contra o divórcio, a intromissão do estado na família e contra todas as formas de vida, que não estão de acordo com o Evangelho. Defendem a educação dos filhos, a maternidade, como bens sagrados, no passado e no presente também. A vida, só começa bem em autênticos lares. Porque tantas casas de recuperação? Porque tantos menores fugindo de casa? Porque tanta droga e outros vícios mais?
Mês das missões. Terminado o da Bíblia, começa o da vocação missionária. Das missões. É preciso lembrá-lo: somos todos corresponsáveis pelo anúncio do Evangelho: leigos, religiosos, presbíteros, Somos, discípulos de Cristo pelo batismo-crisma e destes derivam os deveres cristãos. Não estou afirmando, que todos devem ir para terras de missões. Confirmo, sim, que todos somos missionários por vocação ou então omissos: culpados. A missionariedade começa no lar: os pais são os primeiros missionários. Insubstituíveis. Rezemos, portanto, pelas missões e pelos missionários e ajudemos a sustentá-los. Maria, mãe dos missionários, nos abençoe sempre, mas de modo especial, neste mês dedicado a Nossa Senhora Aparecida, a grande padroeira do Brasil.