4º Simpósio de Missiologia debate sobre a prática missionária no mundo digitalizado

O Centro Cultural Missionário (CCM) e a Rede Ecumênica Latino-americana de Missiólogos e Missiólogas (Relami) promoveram, de 23 a 27 de fevereiro, em Brasília (DF), o 4º Simpósio de Missiologia, que reuniu 55 pessoas entre docentes, teólogos, pesquisadores, representantes de instituições missionárias e agentes de pastoral do Brasil e convidados de Moçambique e do México.

No terceiro e último dia do encontro, que teve como tema “50 anos do Decreto Ad gentes”, o assessor teológico do Centro Indigenista Missionário (Cimi), padre Paulo Suess, falou sobre os desafios e perspectivas do mundo digitalizado para a prática missionária.

“A comunicação ad gentes rompe com linguagens herméticas e se concentra no essencial. A transmissão da fé é desafiada pela urgência da caridade, pela velocidade de aparatos e tecnologias frias a serviço do grande capital, e pela lentidão do encontro face a face com o outro”, afirmou o teólogo.

Em sua análise, Suess observou que a “linguagem ad gentes, hoje, é necessariamente ecumênica, inter-religiosa e humanitária”. O missiólogo abordou a genealogia da comunicação; os desafios, promessas e ambivalências do mundo digital; e a construção da cultura do encontro em comunidades e redes.

Suess terminou parafraseando a Evangelii Gaudium: “Essas relações interpessoais com a humanidade ferida não podem ser substituídas por sofisticados aparatos da mídia digital“ (cf. EG 88).

Paulo Suess presidiu a missa de envio, na manhã de sexta-feira, 27, e em sua homilia lembrou que ressuscitar e fazer ressuscitar são dois polos do caminho do cristão. “Somos enviados neste rito de iniciação (missa) começando com o perdão que nos liberta para a ressurreição. Temos, depois, o rito das luzes do qual saímos um pouco mais iluminados com este encontro (Simpósio) de diversidade onde fizemos uma experiência de enriquecimento. Todos fomos iluminados e a luz está em nós. Esta luz dos cinco continentes é a luz da Páscoa. Eis a luz de Cristo! Com ele seguimos o caminho no prolongamento da encarnação. Partir é sempre um novo repartir ao chegarmos em casa onde iluminamos a vida dos outros. Nós sempre voltamos diferentes”, encerrou o padre.

O  Simpósio foi encerrado no dia 27 após a articulação e organização de uma rede de missiólogos.

Com informações e fotografia das Pontifícias Obras Missionárias

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