
60 anos da Campanha da Fraternidade

A Campanha da Fraternidade nasceu na década de 1960, por iniciativa de três padres que trabalhavam na Cáritas Brasileira e planejaram uma campanha para arrecadar recursos a fim de financiar as atividades assistenciais da instituição.
Monsenhor Hilário Pandolfo, diretor nacional; padre Edmundo Leising, diretor regional (SP, MG, PR e MT); e monsenhor Aldred Schneider, diretor da Catholic Relief Services (CRS), órgão de assistência social da Conferência Episcopal dos EUA, apresentaram a proposta ao responsável pelo Secretariado Nacional da Ação Social da CNBB, dom Eugênio de Araújo Sales. À época administrador apostólico de Natal, o bispo acolheu a proposta e sugeriu que a primeira CF fosse realizada na arquidiocese de Natal.
Antes disso, porém, uma iniciativa de monsenhor Expedito Sobral de Medeiros, também na arquidiocese de Natal, motivou um gesto de solidariedade por jovens da Juventude Agrária Católica, na Semana Santa de 1958, considerado a primeira semente do que mais tarde germinaria como Campanha da Fraternidade.
Em 1962, nasce a CF na arquidiocese de Natal, com a adesão de três dioceses e um apoio financeiro dos bispos norte-americanos. No ano seguinte, 16 dioceses do Nordeste brasileiro realizam a CF, gerando uma exitosa experiência pastoral que repercutiu em todo o Brasil.
Ainda em 1963, no dia 26 de dezembro, o secretário-geral da CNBB, dom Helder Camara, enviou carta circular a todos os bispos comunicando que a CF de 1964 seria em âmbito nacional e teria como tema “Lembre-se você também é Igreja”. A proposta recebeu a adesão de 70 das 184 dioceses instaladas no país até aquele momento. Em 1965, com o tema “Faça de sua paróquia uma comunidade de fé, culto e amor”, a CF foi realizada em 91 dioceses.
O processo iniciado em 1964 marcou a Igreja no Brasil, tornando-se expressão de comunhão, conversão e partilha.
A CF e o Concílio Vaticano II
No contexto do Concílio Vaticano II, a CNBB estruturou o projeto da Campanha da Fraternidade para levá-lo a todas as dioceses do país. Sob o espírito renovador conciliar, os bispos definiram o que seria a Campanha da Fraternidade para toda a Igreja no Brasil. A partir de 1965, a Cáritas Brasileira e a Campanha da Fraternidade passaram a estar vinculadas diretamente ao Secretariado Geral da CNBB.
Desde 1967, a CNBB passou a redigir um subsídio mais completo para a Campanha da Fraternidade e ocorrem também os encontros nacionais e regionais da CF. Desde 1970, as campanhas recebem apoio pontifício com uma mensagem do Papa por ocasião da iniciativa da Igreja no Brasil.
Gesto concreto
Realizado no Domingo de Ramos, o gesto concreto da Campanha da Fraternidade é a Coleta Nacional da Solidariedade. Os recursos arrecadados com a coleta tem feito um bem imenso no cuidado para com os pobres em todo Brasil por meio de projetos apoiados pelo Fundo Nacional de Solidariedade.