8 de Março, Dia Internacional da Mulher

Agentes de pastoral, ministras extraordinárias da sagrada comunhão, sacristãs, musicistas, secretárias, assessoras, conselheiras e lideranças de comunidades. Essas são algumas das funções exercidas pelas mulheres na Igreja no Brasil. Um levantamento de 2018 do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), um dos organismos mais expressivos dos leigos no Brasil, estima que as mulheres sejam dois terços dos fiéis, contra um terço dos homens.

Neste domingo, 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher e falar sobre o papel da mulher na Igreja não é uma tarefa fácil porque segundo especialista em antropologia Cristã, João Antônio Johas do Jovens de Maria, envolve diversos fatores, como o modo de pensar do mundo e também a maneira histórica de se tratar a mulher.

“Se queremos pensar um pouco sobre a dignidade da mulher e o seu papel na Igreja, precisamos fazê-lo junto com Maria, a primeira e a melhor discípula do Senhor Jesus”, destacou João em artigo publicado pelo Jovens de Maria em 2016″, disse.

O Papa Francisco lembra na Evangelii Gaudium uma característica muito presente na mulher que é a sensibilidade. “A Igreja reconhece a indispensável contribuição da mulher na sociedade, com uma sensibilidade, uma intuição e certas capacidades peculiares, que habitualmente são mais próprias das mulheres que dos homens”, afirma.

A mulher tem papel fundamental na Igreja pois atua em diversas frentes, em especial, na defesa dos direitos. Como é o caso da Pastoral da Mulher Marginalizada, ligada as pastorais sociais, que busca ser presença solidária e profética junto à Mulher em situação de prostituição.  No Brasil, a Pastoral está organizada em 9 nove estados e 25 cidades e trabalha para fortalecer os vínculos familiares, na perspectiva de ajudá-las a construírem oportunidades, ou seja, novos projetos de vida.

A Pastoral informa que trata-se de um trabalho de visitas em campo, palestras, rodas de conversa temáticas, seminários, encontros regionais e nacionais, oficinas socioeducativas e cursos de geração de renda, bem como momentos celebrativos de confraternização, escuta e acolhimento, construindo relações humanas e humanizadoras.

“A nossa missão é contribuir na promoção humana e colaborar para que elas sejam protagonistas de sua própria história. Impulsioná-las a desenvolverem alternativas econômicas para geração de renda, na formação sobre incidência política e integração e valorização de uma espiritualidade ecumênica a serviço da vida”, destaca Fabrícia Paes, uma das coordenadoras nacionais da pastoral.

No entanto, a pastoral enfrenta muitos desafios, como a dificuldade de contar com trabalho voluntários, falta de recursos financeiros, a formação de novas equipes, a manutenção dos trabalhos de base nas diversas equipes, devido às distâncias geográficas, a participação nas atividades das redes em nível nacional (Encontro das Pastorais Sociais), falta de apoio e devolutiva de algumas dioceses e ultrapassar a barreira do preconceito institucional.

Foto: Arquivo Pastoral da Mulher Marginalizada

Além da atuação junto às mulheres em situação de prostituição, a Pastoral da Mulher Marginalizada possui mais dois eixos de ação: enfrentamento ao abuso e à exploração sexual e/ou comercial de crianças e adolescentes; e tráfico de mulheres, crianças e adolescentes para fins de exploração sexual. Ambos eixos requerem trabalhos preventivos de palestras junto às escolas, igrejas e comunidades locais, bem como seminários e rodas de conversa.

De acordo com a Coordenação da Pastoral, as equipes participam no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho Municipal dos Direitos do Idoso, Fórum Nacional e Regional das Pastorais Sociais. Como também, temos um representante no Comitê no Tráfico de Pessoas para fins de exploração sexual.

Pastoral ajuda mulher a superar situações difíceis

Honorina de Santana Santos, de 53 anos, é uma das mulheres acompanhadas pela Pastoral da Mulher Marginalizada, na cidade de São Paulo. Ela diz ser muito grata por todo o acolhimento, orientações e auxílios que recebeu desde que procurou a casa pela primeira vez.

“Sou grata pelos cafés, lanches, almoços e mais grata ainda pelo bom atendimento psicológico que recebo. O acolhimento que todas nós mulheres recebemos lá, os encaminhamentos, as rodas de conversa, os cursos e as doações nos fortalecem e fazem muita diferença em nossas vidas porque a mulher que chega lá já vem amargurada e quando entra naquela porta, senta naquelas poltronas e o que ela ouve a transforma, faz ela sair restaurada, aliviada. Essa pastoral faz a diferença na vida de uma pessoa”, relata.

 

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