Certas Escolas Teológicas…

Será que pode existir uma “teologia neutra”? Pode haver uma Faculdade tão “light” que agrade a evangélicos, a católicos e até a agnósticos? No nosso país se quer fazer crer isso. Criaram-se muitas Teologias, aprovadas pelo MEC, munidas de bons recursos, quase sempre fora dos quadros da nossa Igreja.  A propaganda, para acalmar os escrúpulos de católicos, vai fazendo afirmações tranqüilizadoras. “Somos todos cristãos, e precisamos encontrar  uma Teologia neutra”. O professor ingênuo, e de espírito largo, não é fácil de encontrar. A dose de idéias estranhas vem muito bem embalada, e costuma fazer mal a longo prazo. A menos que o aluno seja de uma capacidade excepcional, a ponto de pôr em risco o prestígio de seus mestres, as defesas vão caindo. Eu acho impossível haver um estudo teológico inocente. Todos tem seu método, suas correntes, e sobretudo seus objetivos (que numa  organização forte ficam velados).

Pisando com cautela – trata-se de campo minado –  abordarei, sem peitar nenhum pensamento, apenas o vasto campo da Bíblia. Desejo comprovar, na esteira do Concílio (mais exatamente pela Dei Verbum), que na vida eclesial temos um princípio irrenunciável de procedimento: a Igreja é o único sujeito definitivo a interpretar a Escritura. Ela, por vontade de Cristo, respeita a Tradição, que é regra exegética por excelência. Nunca podemos interpretar a Bíblia contra a Igreja. Exegeses,  por mais geniais que pareçam ser, que se afastam do “depósito da fé”, só empobrecem as Escrituras, ou até as anulam. Quando é que vai haver unidade entre católicos  e outros amantes da  Palavra, lendo a mesma Bíblia?  Nunca. É que para nós “o encargo de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita, ou contida na Tradição, foi confiado só ao  magistério vivo da Igreja” (DV nº 10). Essa é a nossa praxe de fé, seguida pelos verdadeiros mestres dos ensinamentos de  Jesus. Agora, é bem verdade. Se existe esse quadro confuso, de haver católicos buscando faculdades de teologia,  reconhecidas oficialmente, fora dos nossos âmbitos, em grande parte é culpa nossa. Nós  temos poucas  escolas de Teologia, aprovadas pelo governo, que dão direito a diplomas oficiais. No mundo moderno costumamos chegar atrasados em tudo…

Dom Aloísio Roque Oppermann

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