Não é o fim do mundo!

Uma pessoa amiga de Brasília, ao tomar conhecimento dos estragos provocados pelos tufões, granizos e enchentes nos Estados do Sul brasileiro, exclamou: “É o fim do mundo”! Respondi: Não é o fim do mundo. Mas é tempo de trabalhar para reconstruir; tempo de renovar a esperança; tempo de solidariedade; tempo de viver.

Na minha juventude vi ainda parte das ruínas provocadas pela segunda guerra mundial, principalmente na Alemanha. A maioria dos sobreviventes à tragédia reagiu com denodo e coragem. Ficaram famosas as “mulheres dos escombros” da Alemanha. A reconstrução é um exemplo para a humanidade.

É verdade que parte do povo, influenciado por filosofias pessimistas da época, se entregou ao desânimo. Com certa freqüência vi jovens sentados em cima de muros, com cigarro na boca, olhando a fumaça subir. Perguntei: o que fazem? Resposta: “Estão cultivando o nojo do nada”! O Apóstolo Paulo aconselha o contrário: “Quem se nega a trabalhar, não coma” (2 Ts 3, 10).

A Bíblia chama a esperança de “âncora da alma” (Hb 6, 19). Assim como o navio lança a âncora para se firmar na água, assim a alma se apóia na esperança. É claro, esperança baseada em Deus. Segundo Paulo, é “a esperança que não decepciona” (Rm 5,5). Por sinal, a esperança é a característica do cristão.

É tempo de solidariedade. Também entre nós a caridade social é um fato. Acontece entre ricos e pobres; em nível local, nacional e internacional. Quando se presta atenção à solidariedade do povo, fica-se crendo que a paz é possível. E que de fato não é o fim do mundo.

É tempo de viver. Também de festa, de alegria, para retemperar a alma. O município de Rio Pardo festeja seus 200 anos de emancipação. Suas lindas e antigas igrejas estão sendo restauradas em parceria exemplar entre Poder Público, iniciativa particular e comunidade cristã. Estamos todos felizes com o restauro.

Santa Cruz do Sul realiza a “festa da alegria, isto é, a 25ª Oktoberfest e a Feirasul. Uma comunidade sadia precisa de lazer, de festa, de variação. Mesmo atingidos por calamidades, é bom festejar. Enquanto esperamos a festa maior, que Paulo descreve assim: “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam” (1 Cor 2, 9). É a festa que nunca se acaba!

Dom Aloísio Sinésio Bohn

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