“C’est l’ histoire de ma mère”

Há muito tempo li que Louis Veuillot, literato francês, tinha na escrivaninha de seu escritório, bem à vista, o volume da História da Igreja. Quando os amigos lhe perguntavam o que era aquele livro e por que o tinha continuamente sob os olhos, ele respondia: “C’est l’ histoire de ma mère” (É a história de minha mãe). De fato, para os que temos fé, a Igreja é nossa mãe. Ela nos deu a vida no Batismo, alimenta-nos com a Palavra de Deus e com a Eucaristia e guia-nos com sua doutrina e seus conselhos. Sua história é “a de nossa mãe”.

Tudo, que se refere a ela, deve interessar-nos: sua história, sua vida apostólica atual, sua implantação e crescimento nos países ainda não evangelizados, suas atividades pastorais e sobretudo as lições que nos são dadas pelos seus pastores, principalmente o Papa.

Cada ano a Santa Sé publica um anuário com suas atividades prioritárias e suas estatísticas. A edição deste ano 2009, já veio à luz e o primeiro exemplar foi entregue ao Papa Bento XVI pelo Cardeal, Secretário do Estado do Vaticano, no dia 28 de fevereiro p.p.

Nele consta que o Papa criou em 2008 onze novas dioceses e quatro arquidioceses. Nomeou 169 novos bispos que hoje são 4.946 no mundo. O número de sacerdotes também cresceu: 408.024. Na África e na Ásia, o crescimento sacerdotal foi respectivamente 27,6% e 21%. Na América o número permaneceu como era. Alegra-nos que os diáconos permanentes, autorização ainda recente na nossa época, chegou a 35.942. Candidatos ao sacerdócio nos seminários são 115.919.

O crescimento numérico dos católicos nos dá alegria por várias razões. Primeiro por ser consequência da pregação do Evangelho nas partes do mundo ainda hoje pagãs e também por despertar no cristão católico o desejo de ver a Igreja de Cristo crescer entre os que ainda não a conheciam. Assim se torna evidente o êxito da pregação evangélica em obediência àquela ordem do Senhor: “Ide pelo mundo inteiro; pregai o Evangelho a toda criatura” (Mt 28, 19).

A Igreja, fundada por Jesus Cristo sobre a rocha, que é Pedro (Mt 16, 18), é feita de homens. Por isto, apesar de ser divina por sua fundação e pela riqueza dos sacramentos, é também humana, porque seus membros são criaturas humanas, que carregam consigo o peso das limitações e defeitos. Mesmo assim, é nossa santa Mãe, que nos gerou no batismo, nos santificou com os recursos da graça e nos predestina para a visão beatificante da eternidade. Por isso é nossa mãe.

Podemos pois com justa alegria e profunda fé, repetir o que o escritor francês dizia aos amigos que viam na sua mesa o livro da história da Igreja: é de fato, a história de nossa Mãe!

Dom Benedicto de Ulhôa Vieira

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