Neste Ano Centenário da criação da Diocese de Montes Claros, atualmente Arquidiocese, focalizamos seu desenvolvimento histórico com a vocação de ser verdadeira comunidade eclesial, fundamentada no amor da Santíssima Trindade. Não é possível ser Igreja de Cristo sem verdadeira comunhão, com o estímulo das pessoas divinas. Foi em nome delas que os missionários pioneiros evangelizaram estas terras abençoadas. Inúmeras pessoas, por causa de seu amor a Deus, se doam para servirem o semelhante nos diversos setores ao interno e externo da própria Igreja, instituída por Jesus sobre a rocha de Pedro!
Viver em comunhão é fomentado pela vida de amor a Deus e fraternidade em relação ao semelhante, de modo singular aos mais necessitados: “Tive fome e me destes de comer…” (Mateus 25, 35). A união na oração, na liturgia e na ação pastoral tem efeito na caminhada do dia-a-dia da família, do trabalho e de toda a convivência social, unindo fé e vida. Não é sem grande mérito que inúmeras pessoas, vivendo responsavelmente sua fé, se dedicam na doação de si para tornar o mundo mais justo, solidário e fraterno. No silêncio realizam até milagres para uma convivência no amor. Não medem esforços para obedecerem ao mandado de Cristo: “Ide e anunciai a todos o que vos mandei” (Mateus 28, 20). Mas, de modo exemplar, são modelos de comunhão com a Trindade, sendo de promoção de comunhão de vida na comunidade. Sabem servir, compreender, perdoar, dar de si e promover o bem da Igreja e da sociedade. São incansáveis na dedicação à promoção do Reino de Deus.
Por outro lado, em cada uma das vocações eclesiais, como de leigos, religiosos e sacerdotes, há grande parte de verdadeiro exemplo de promoção da unidade e comunhão. São pessoas de fé comprometidas em ajudar a Igreja a ser luz para a sociedade. Sabem colaborar para a superação dos limites humanos das pessoas, tendo consciência da santidade da Igreja, com a santidade da Trindade que a assiste, mas também é pecadora pelos limites humanos das pessoas que dela fazem parte pelo batismo.
O modelo da Igreja é vivido no exemplo da Mãe de Jesus, que é também sua mãe. Ela soube realizar a vontade do Pai, recebendo em seu ventre o Filho, por obra do Espírito Santo. Ela nos estimula à comunhão entre nós por causa da comunhão existente entre as pessoas da Trindade. Ser Igreja é justamente viver a comunhão de amor como imagem das pessoas trinitárias na sua relação de amor perfeito. Nisso sua missão se torna visível e transformadora da história.
A comunhão no amor leva as pessoas a saberem trabalhar as diferenças e até divergências de modo produtivo. Não se conformam com as injustiças. Denunciam os mecanismos de morte. Promovem a política de real serviço ao bem comum, apesar de até serem perseguidas. São coerentes na imitação de Cristo para ajudarem a implantar a verdade e o bem de todos. Por isso mesmo são vistas como pessoas da justiça e do amor ao semelhante.
