Patrono dos políticos

Para muitas pessoas, todo político é corrupto e oportunista, fazendo tudo, que está ao seu alcance, pra “subir na vida”; na verdade, toda generalização é injusta e descabível. Embora muitos políticos tenham o perfil identificado pela rejeição da sociedade, apesar de raros, há políticos sérios que pautam sua conduta pessoal, familiar e profissional na dignidade ética e moral. Portanto, é preciso resgatar a figura do verdadeiro político, “ficha limpa”, comprometido com o bem da população.

As Eleições 2008, nos Municípios brasileiros, apresentam candidatos, no palco da competição, cuja história de vida enaltece ou denigre a política. Há políticos que entram para a história como exemplo e a sociedade expressa seu reconhecimento, enaltecendo-os com seu nome numa rua ou seu busto ou estátua numa praça publica; por outro lado, são conhecidos os que foram alijados da vida pública pelo posicionamento do eleitor ou afastados por processo na Justiça. A Igreja; consciente de ser a política uma ação que também contribui para a santificação das pessoas, identifica homens e mulheres que atuaram nesse cenário, com honradez e espírito público e, como tal, são exemplos a serem imitados. Nesse sentido, o Papa João Paulo II, propõe aos políticos e governantes o nome de um santo – São Tomás Moro – que pode ajudá-los a serem construtores de uma sociedade justa e solidária. “Recentemente, alguns Chefes de Estado e de Governo, numerosos dirigentes políticos, várias Conferências Episcopais e Bispos individualmente dirigiram-me petições a favor da proclamação de S. Tomás Moro como Patrono dos Governantes e dos Políticos. A instância goza da assinatura de personalidades de variada proveniência política, cultural e religiosa, fato esse que testemunha o vivo e generalizado interesse pelo pensamento e comportamento deste insigne Homem de governo.”

Quem foi esse santo? O próprio Papa João Paulo no-lo apresenta no “Motu Proprio”, divulgado em 31 de outubro de 2000, ao proclamá-lo Patrono dos governantes e dos políticos: “Tomás Moro viveu uma carreira política extraordinária no seu País. Tendo nascido em Londres no ano 1478 de uma respeitável família, foi colocado, desde jovem, ao serviço do Arcebispo de Cantuária, João Morton, Chanceler do Reino. Continuou depois, em Oxford e Londres, os seus estudos de Direito, mas interessando-se também pelos vastos horizontes da cultura, da teologia e da literatura clássica.” Em suma, os políticos e governantes encontram em seu Patrono um exemplo de concepção da política e da arte de fazê-la no cotidiano de sua administração: “A sua vida ensina-nos que o governo é, primariamente, um exercício de virtude. Forte e seguro nesta estrutura moral, o Estadista inglês pôs a sua atividade pública ao serviço da pessoa, sobretudo dos débeis ou pobres; regulou as controvérsias sociais com fino sentido de equidade; tutelou a família e defendeu-a com valoroso empenho; promoveu a educação integral da juventude. O seu profundo desdém pelas honras e riquezas, a humildade serena e jovial, o sensato conhecimento da natureza humana e da futilidade do sucesso, a segurança de juízo radicada na fé conferiram-lhe aquela confiança e fortaleza interior que o sustentou nas adversidades e frente à morte. A sua santidade refulgiu no martírio, mas foi preparada por uma vida inteira de trabalho, ao serviço de Deus e do próximo.”

Dentre os milhares de candidatos a cargos eletivos e aqueles que exercem funções executivas e legislativas, quantos seguem seu Patrono em sua prática política?

Dom Genival Saraiva de França

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