O resumo que estamos fazendo da nova Carta Encíclica do Papa chega ao seu final. Nesta última parte concluindo o texto papal, temos certeza de que o nosso próximo passo será lê-lo integralmente e depois descobrir e discernir caminhos para o nosso trabalho social, que foi a grande ênfase colocada neste documento.
Chegamos no Capitulo VI, que discorre sobre o desenvolvimento dos povos e a técnica, afirmando que não só as outras pessoas são indisponíveis, como nós mesmos o somos, degradando-se o desenvolvimento da pessoa, se ela pretende ser a única produtora de si mesma, ou quando a humanidade pensa que se pode re-criar, utilizando prodígios da tecnologia ou quando se abandona aos prodígios das finanças para apoiar incrementos artificiais e consumistas: “Não são apenas as outras pessoas que são indisponíveis; também nós não podemos dispor arbitrariamente de nós mesmos. O desenvolvimento da pessoa degrada-se, se ela pretende ser a única produtora de si mesma. De igual modo, degenera o desenvolvimento dos povos, se a humanidade pensa que se pode re-criar valendo-se dos « prodígios » da tecnologia. Analogamente, o progresso econômico revela-se fictício e danoso quando se abandona aos « prodígios » das finanças para apoiar incrementos artificiais e consumistas. Perante esta pretensão prometeica, devemos robustecer o amor por uma liberdade não arbitrária, mas tornada verdadeiramente humana pelo reconhecimento do bem que a precede.”
Essa magnífica Encíclica que, aqui, apenas em pinceladas a examinamos, conclui que sem Deus o homem não sabe para onde caminhar, nem consegue entender a si mesmo, conclamando a todos para um humanismo integral. “Sem Deus, o homem não sabe para onde ir e não consegue sequer compreender quem seja. Perante os enormes problemas do desenvolvimento dos povos que quase nos levam ao desânimo e à rendição, vem em nosso auxílio à palavra do Senhor Jesus Cristo que nos torna cientes deste dado fundamental: « Sem Mim, nada podeis fazer » (Jo 15, 5), e encoraja: « Eu estarei sempre convosco, até o fim do mundo » (Mt 28, 20). Diante da vastidão do trabalho a realizar, somos apoiados pela fé na presença de Deus junto daqueles que se unem no Seu nome e trabalham pela justiça. Paulo VI recordou-nos, na Populorum progressio, que o homem não é capaz de gerir sozinho o próprio progresso, porque não pode por si mesmo fundar um verdadeiro humanismo. Somente se pensarmos que somos chamados, enquanto indivíduos e comunidade, a fazer parte da família de Deus como seus filhos, é que seremos capazes de produzir um novo pensamento e exprimir novas energias ao serviço de um verdadeiro humanismo integral.”
Ao concluirmos esse breve exame desta magnífica Encíclica, e que quisemos que os textos oficiais fossem repassados através de um pequeno resumo desejo que a mesma seja objeto de transformação de nossa sociedade e possa influenciar não só uma mudança de mentalidade de cada um em particular, como possa influenciar nossos políticos a adotarem política de desenvolvimento, que não descuide das verdades expostas por sua Santidade, Bento XVI, de que a caridade (o amor) deve ser iluminada pela verdade, e esta pelo amor.
