No dia 17 de maio deste ano, comemorou-se na Diocese de Setúbal, em Portugal, o cinquentenário da inauguração do santuário dedicado a Cristo Rei. Estivemos presentes juntamente com o reitor do Santuário do Cristo Redentor do Corcovado e outras autoridades.
Nessa ocasião, diante do enviado especial do Papa Bento XVI, o Cardeal Saraiva Martins, que presidiu a celebração, concelebrada por toda a Conferência Episcopal Portuguesa, e com a presença de representantes dos governos federal, estadual e municipal do Rio de Janeiro, demos o primeiro passo na geminação dos dois santuários. Foi grande a movimentação popular em Portugal nesses dias em que foi trazida também a imagem de N. Sra. de Fátima, que raramente sai do seu Santuário, para estar presente nesse importante evento.
A inspiração começou em 1934, com o então Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manoel Cerejeira, que, ao conhecer o Corcovado brotou em seu coração o desejo de construir semelhante obra frente a Lisboa. A ideia foi apoiada por todos os Bispos de Portugal na Pastoral Coletiva da Quaresma de 1937. Os bispos portugueses fizeram um voto em Fátima, no dia 20 de abril de 1940, e a pedra fundamental foi lançada a 18 de dezembro de 1949.
A inauguração do monumento foi no dia 17 de maio de 1959, Dia de Pentecostes, perante a imagem de N. Sra. de Fátima, com a participação de todo o episcopado português e dos Cardeais do Rio de Janeiro e de Lourenço Marques, hoje Maputo, além de autoridades civis e mais de 300 mil pessoas. Naquela ocasião o Papa João XXIII enviou uma radio mensagem.
É interessante notar que nós que recebemos da Península Ibérica o primeiro anúncio da fé, tenhamos em Portugal um Santuário que foi inspirado na imagem do nosso Cristo Redentor.
Nesse domingo festivo de maio, no final da celebração da Eucaristia das 16 horas, realizada na esplanada diante do monumento a Cristo Rei, em Almada, que abre os braços do outro lado do Rio Tejo sobre toda a cidade de Lisboa, assinamos a geminação entre o Santuário do Cristo Redentor do Rio de Janeiro e o de Cristo Rei de Portugal. Isso consiste na partilha de textos, documentação, das imagens da respectiva invocação, troca de intenções mútuas e peregrinações.
A essa primeira fase irá agora suceder outra, que ocorrerá aqui no do Rio de Janeiro quando estará entre nós o Bispo de Setúbal, Diocese onde está situada a Paróquia de Almada. É aí que se encontra a imagem de Cristo Rei. Virão também o Reitor desse Santuário e outras autoridades que estarão no Rio de Janeiro para assinar, no alto do Corcovado, os termos dessa geminação e trocar documentos e textos sobre os Santuários. Há uma longa agenda a ser cumprida, mas o momento central será na segunda feira, dia 12 de outubro, às 15 horas.
Nesse dia, o nosso Cristo Redentor estará completando 78 anos de sua inauguração. Do cume do Corcovado, a 710 metros de altura, ergue-se esse monumento de 38 metros, de 1.145 toneladas, construído com a participação do povo que, com entusiasmo, viu erguer esse sinal que hoje é uma das sete maravilhas do mundo moderno. Identifica-se com o Rio de Janeiro e com o Brasil. Hoje é o nosso Santuário Arquidiocesano do Cristo Redentor do Corcovado, local de peregrinações, orações e celebrações.
Recordo que iremos iniciar em breve uma campanha para a restauração desse monumento, preparando-o para os grandes eventos que ocorrerão futuramente em nossa cidade maravilhosa.
Que a fé cristã simbolizada nesse sinal e, em união com as tradições que recebemos de Portugal, seja para todos nós um anúncio de alegre acolhimento na construção da Paz e da Fraternidade.
Além da influência que foi também para muitas cidades do Brasil colocarem nos montes ou entrada dos municípios esse sinal do amor de Deus, foi ainda tema de canções e livros. Queremos que ele seja sempre um sinal que nos recorde o Senhor e Salvador Jesus Cristo, que convida a todos para que se aceitem mutuamente e cresçam na unidade.
Acredito que o importante é que toda essa movimentação e divulgação possam ajudar cada pessoa a buscar em Cristo a sua vida e a orientação da caminhada, aliás, como disse o Episcopado Português em nota por ocasião daquele jubileu: “apelamos às comunidades cristãs e aos movimentos que encontrem modos concretos para centrarem mais em Cristo a sua vivência e para agirem como sinais vivos do amor de Deus no tempo presente.”
É o que desejamos que ocorra também agora ao nosso redor: o “ardor apostólico dos discípulos missionários que vem do encontro pessoal com Cristo e da necessidade de comunicar ou narrar a outros a experiência vivida.”
