Teologia das Religiões

Obra indicada:

KLINGER, Elmar. Jesus e o diálogo das religiões. O projeto do pluralismo. Aparecida, SP; Editora Santuário, 2010. 148 p.

Autor (breve apresentação) :

Nasceu em 1938, é doutor em teologia e professor de Teologia Fundamental e Ciência Comparada das Religiões na Universidade de Würzburg – Alemanha.

Sinopse:

O livro é uma coletânea ensaios e artigos do autor publicados em outras fontes e recolhidos nessa obra com a intenção de provocar um debate com os teólogos das religiões e com todos os interessados nesse tema. Por ter essa característica, não trata dos temas propostos de maneira rigorosamente sistemática. O autor indica para isso a consulta às fontes citadas nas notas de pé de página. Ali o leitor irá encontrar com maior profundidade as teses levantadas, defendidas ou apenas apresentadas provisoriamente no livro.

Nos sete capítulos da obra a Pessoa de Jesus é apresentada como o ponto de partida e o centro gravitacional do diálogo entre as religiões. Os capítulos quatro e cinco são centrais no livro. No quarto, o autor confronta a cristologia, a eclesiologia e a missiologia presentes na Declaração Dominus Iesus com as do Vaticano II. Esta é a parte mais densa teologicamente. As críticas feitas a Declaração não invalidam a perspicácia teológica do autor em chamar a atenção para questões importantes. O quinto capítulo fundamenta o pluralismo como projeto, como fundamento para o diálogo. Dessa forma o autor recusa a tese contrária de que Jesus seria um impedimento real para o diálogo.

A tese principal que perpassa todo livro e lhe confere uma tecitura coerente é que o pluralismo não é apenas uma questão de “fato” ou de “direito”, mas é um projeto. Uma das metas principais é reconhecer que Jesus é o diferencial na história religiosa da humanidade. Os contatos inter-religiosos cada vez mais frequentes acabam por revelar que os membros das outras religiões consideram Jesus, mas não o confessam. O autor defende a singularidade irrenunciável de Jesus sob um viés possível de ser aceito por todos os que se dispõem a dialogar. O mesmo Jesus confessado pelos cristãos como homem e Deus, pode inspirar o diálogo com outros crentes, na medida em que o Dominus Iesus não se esgota em sua posição de Senhor,mas é também servo. Enquanto servo de Deus e da humanidade pode ser o caminho onde os que creem e os que dizem não crer acabem por se encontrar.

Partes principais da obra:

  1. Capítulo 1 – Questões e problemas da teologia hodierna das religiões.
  2. Capítulo 2 – A singularidade de Jesus (O que dizem as pessoas do Filho do Homem? Jesus – o único entre únicos. Particularidade em seu significado universal).
  3. Capítulo 4 – “Dominus Iesus” e o Vaticano II (O que ensina a Declaração e o que ela omite? A igualdade categorial tem qualidade teológica? Como realçar a verdade no discurso?)
  4. Capítulo 5 – Identidade e diálogo. Ser cristão no pluralismo das religiões mundiais. (O pluralismo é o fundamento do novo pensar sobre Deus. O pluralismo é formado de identidade).

Por que essa obra é significativa (justificar):

A maneira de abordar os problemas inerentes ao diálogo inter-religioso justifica a importância desse livro. É uma obra teológica. Uma palavra que convida ao diálogo e ao aprofundamento. Pode ser uma boa leitura para os que iniciam o estudo teológico das religiões, ao mesmo tempo em que instiga os especialistas a buscarem as fontes do autor e elaborarem suas próprias sínteses.

Responsável pelas informações (nome/ diocese ou instituição em que atua):

Pe. Carlos Antonio da Silva. IFITEPS, Nova Iguaçu, RJ

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