Dom Canísio Klaus

No dia 15 de novembro, a Diocese de Santa Cruz do Sul comemora os 51 anos de instalação da 1ª sede episcopal na cidade. Antes, Santa Cruz estava sob a jurisdição da Arquidiocese de Porto Alegre, onde era arcebispo Dom Vicente Scherer. Também pertenciam à Arquidiocese de Porto Alegre os outros nove municípios que originaram a Diocese de Santa Cruz do Sul. A população total dos 10 municípios era de 368.620 habitantes, dos quais 81% se declaravam católicos. A área estava subdividida em 38 paróquias. Através das congregações religiosas a Igreja mantinha hospitais e colégios em várias cidades da região. Já existia o seminário Sagrado Coração de Jesus de Arroio do Meio e a Casa de Retiros Loyola estava por ser inaugurada. Sessenta e cinco padres atendiam o povo católico da região.

No ano passado, quando eu, dom Canísio Klaus, nem sequer sonhava em ser bispo titular desta Diocese, Santa Cruz organizou uma intensa programação jubilar que culminou com a missa presidida pelo Núncio Apostólico Dom Lorenzo Baldisseri na Catedral São João Batista e que contou com a presença de grande número de bispos e padres. Na oportunidade se celebraram os feitos e as conquistas da Igreja ao longo dos anos, assim como também se fez uma avaliação com o intuito de seguir o projeto dos bispos Dom Alberto Etges e Dom Sinésio Bohn de “na unidade, preparar um povo perfeito para o Senhor”.

Em julho deste ano, por nomeação do Papa Bento XVI, coube a mim, como novo bispo, assumir a direção desta Diocese em substituição ao colega Dom Sinésio. Nestes quatro meses pude me inteirar dos trabalhos de evangelização que estão sendo realizados, assim como também pude constatar algumas necessidades. Sendo natural da Diocese, onde fui ordenado padre e atuei como pároco e reitor do seminário durante nove anos, a realidade não me foi totalmente estranha. Reconheço, no entanto, que as mudanças dos vinte dois anos que fiquei a serviço da Igreja Irmã, como missionário no Mato Grosso, foram grandes e sinto a urgência de retomarmos com novo ardor a evangelização do povo local para não ficarmos a reboque da história.

A população da Diocese passou de 370 mil habitantes em 1959 para 570 mil. O número de paróquias passou de 38 para 51 e o número de municípios de 10 para 40. Em 1959 havia 65 padres trabalhando na região e hoje são 78. Temos 22 diáconos permanentes sendo que em 1959 não tínhamos nenhum. Temos centenas de ministros do batismo, da comunhão e da palavra e mais de mil catequistas ajudando a dinamizar as comunidades. A comunicação se tornou mais ágil e contamos com vários meios a nosso serviço, assim como também temos outros tantos que estão ansiosos em noticiar algum fato que aponte para a fragilidade da nossa Igreja. A internet pode ser ótimo meio de dinamizar a evangelização, necessitando, no entanto, de qualificação por parte das nossas lideranças.

Por ocasião dos 51 anos de instalação da Diocese, cabe a mim congratular-me com as inúmeras pessoas que dinamizaram a evangelização nesta região ao longo deste período. De outro lado, também cabe a mim convocar os cristãos católicos a que se empenhem para que o evangelho continue sendo anunciado e testemunhado nestas terras da Santa Cruz. Que o primeiro ardor que motivou a criação da Diocese em 1959 seja retomado, que novas comunidades sejam criadas, novos carismas sejam acolhidos e novas vocações sejam incentivadas. Que Deus nos abençoe!

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