Os missionários e missionárias da Consolata promoveram nesta sexta-feira, 30, durante o Fórum Social Mundial, o painel “Retratos de sabedoria de povos e culturas
como garantia para a sobrevivência do planeta e da humanidade”. A atividade, realizada na Universidade Federal do Pará ( UFPA) destacou a realidade do povo Macua de Moçambique, a unidade dos povos indígenas Nasa Paez do Cauca, na Colômbia, e dos indígenas da Raposa Serra do Sol, em Roramia. O painel teve por objetivo mostar a participação dos missionários e missionárias nos processos de preservação e valorização dos povos.
Aldenir Cadeti e Gregório de Lima, lideranças da Raposa Serra do Sol, abriram os trabalhos falando sobre a organização do povo para garantir a terra e a cultura. Já o padre José Frizzi e a Irmã Simona Brambilla apresentaram a história do Centro de Estudos da Cultura Macua Xirima, uma iniciativa dos missionários da Consolata em Maúa, na Província do Niassa, reagião norte de Moçambique. Na exposição, os conferencistas deixaram claro que « a evangelização inculturada é garantia de que a sabedoria e a cultura do povo são respeitadas e valorizadas ».
Vivendo há 33 anos em Moçambique, padre Frizzi explicou que o Centro de Estudos da Cultura Xirima tem por objetivo investigar a origem e cultura do povo. O trabalho traz como diretrizes a evangelização, o conhecimento da língua e a ação educativa. « Por meio de estudos antropológicos é possível conhecer e valorizar a cultura local criando uma identidade coletiva entre os vários grupos, para que se firmem na sociedade, como sujeitos autônomos », disse Frizzi.
As pesquisas resultaram em várias publicações, entre elas um vocabulário com 15 mil terminologias Macua Xirima, uma obra de antropologia, a Bíblia e diversos livros didáticos. “O conhecimento da cultura passa pelo contato direto com o povo. Conhecer a cultura é importante para conhecer seu povo. Para isso, se faz necessário conhecer os mitos”, destaca Frizzi.
Questionado sobre a inculturação, o missionário explicou que “é necessário respeitar a cultura local, construir uma relação de respeito mútuo e se colocar à disposição para o serviço”.
Fonte: Revista Missões
