Acontece em Brasília, de 12 a 15, na Casa de Retiros Assunção, o 7º Encontro Nacional de Arquitetura e Arte Sacra, promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O coordenador do Encontro e assessor de espaços litúrgicos da CNBB, o arquiteto João Martins de Oliveira, explica que o curso é relevante para a área de arquitetura, pois, a busca por especialização nesta área é grande, tendo em vista que o curso de pós-graduação em arquitetura sacra, oferecidos pelas Universidades do país tem aumentado significativamente. Falando um pouco mais sobre os participantes, João Martins explica que a diferença deste evento para os eventos passados é a enorme participação de padres e de pessoas vindas do Norte e Nordeste do Brasil.
De acordo com dom Carlos Verzeletti, que palestrará durante dois dias (13 e 14), a importância da mistagogia (palavra que descende do Grego e significa “levar para dentro do Mistério, introduzir no Mistério”) na arquitetura contemporânea é grande. “O curso é importante porque forma pessoas qualificadas a fazerem um trabalho bem feito em termos de arquitetura, mas também é importante, pois além de fazer um trabalho bonito, devem entender mais sobre a cultura da Igreja ao longo de séculos de evolução, já que a Igreja caminha juntamente com a modernização da sociedade. O Concílio Vaticano II está em vigor há mais de 40 anos e as pessoas ainda não conseguiram entender o que foi proposto. O curso serve justamente para essa finalidade, esclarecer essas dúvidas existentes e reforçar nosso entendimento do que é belo e funcional para se construir uma igreja”.
Seguindo a linha de pensamento de dom Carlos, a arquiteta e participante do encontro, Maria Inês afirma que os profissionais em arquitetura, na atualidade estão preocupados em seguir o que foi proposto pelo Concílio Vaticano II. “Houve um período da história que a arquitetura de nossas igrejas foi relegada a simples galpões. Hoje vejo que a mentalidade mudou completamente. Há uma preocupação muito maior principalmente em projetos baseados no que o Concílio Vaticano II pede”.
O arquiteto e especialista em arte sacra e espaço litúrgico, vindo de Taubaté (SP), Daniel Bogas, explica que o contato com outros profissionais da área é necessário e proveitoso para fortalecer laços e descobrir novos meios de trabalho. “Estamos lutando para mudar os conceitos das igrejas, pois muito se fala dos templos da idade barroca da história, principalmente em Minas Gerais e Bahia. Os ritos naquele tempo pediam igrejas com aquela perspectiva e com aquela cara. Era o mais moderno que existia. Hoje temos que adequar nossos espaços ao rito contemporâneo, e isso implica alterações nas características das igrejas”.
Foi montada, na própria Casa de Retiros Assunção, uma mostra de trabalhos dos participantes. No dia 15, último dia de encontro os 130 participantes visitarão várias igrejas de Brasília e refletirão sobre a arquitetura empregada em cada uma das obras.
