O arcebispo da arquidiocese de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, visitou, no final da tarde deste sábado, 4, em Itaici (SP), os participantes do 3º Congresso Vocacional do Brasil. O evento é uma iniciativa da CNBB, organizado pela Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada e debate o tema “Discípulos Missionários a serviço das vocações”.
O cardeal disse que a Igreja não pode viver sem as vocações e que, diante da crise vocacional, é preciso saber onde “lançar as redes”. “Qual é o lugar privilegiada da Pastoral Vocacional?”, questionou. “O lugar privilegiado da Pastoral Vocacional é a comunidade eclesial e as organizações das comunidades eclesiais. É o espaço da juventude, da catequese, os movimentos, as pastorais, as organizações da família. Aí se vai ter mais fruto”, completou.
Dom Odilo disse, ainda, que não se pode falar de forma genérica da Pastoral Vocacional e que é necessário dizer com clareza a identidade da vocação. “É importante não ter medo de se mostrar claramente a identidade da vocação do sacerdócio e também da vida consagrada”, recomendou.
Segundo o cardeal, na arquidiocese de São Paulo, no ano passado, foram acompanhados 120 jovens que manifestaram o desejo de entrar para o seminário. Destes, foram selecionados 23, mas apenas 18 acabaram entrando para o seminário. “Isso faz pensar que a ideia da vocação é apresentada de forma muito vaga”, constatou. “Qual a congregação ou seminário que tem muitas vocações?. São as que apresentam de forma clara sua identidade”, concluiu.
Trabalho em grupo
Toda a tarde deste primeiro dia de atividades do 3º Congresso Vocacional foi dedicada a trabalhos em grupos. Os mais de 300 participantes formaram 18 grupos para apresentar a realidade do Serviço de Animação Vocacional (SAV) e da Pastoral Vocacacional (PV). A referência para a análise foi a conferência feita, pela manhã, pelo padre Agenor Brighenti.
De acordo com o relatório dos grupos, há uma forte incidência da realidade sobre o trabalho da PV. Mercantilismo, pluralismo cultural, desestruturação das famílias, falta de formação e ausência de uma cultura vocacional na Igreja foram alguns dos desafios apresentados pelos grupos.
