O Conselho Missionário Nacional passou esta segunda-feria, 29, em reunião, na sede das Pontifícias Obras Missionárias (POM), em Brasília, discutindo seus projetos e ações, especialmente o trabalho missionário iniciado este ano no Haiti.

“O Comina é o órgão articulador da dimensão missionária e reúne as grandes forças missionárias da Igreja no Brasil que são a CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil) e a CNBB. Ele ajuda na reflexão missionária e também na resposta aos desafios missionários”, explica o presidente do Conselho e bispo da prelazia de Tefé (AM), dom Sérgio Castriani.

Segundo o presidente, dentre as ações acompanhadas pelo Comina merecem destaque os projetos missionários no Timor Leste (encerrado este ano) e no Haiti. Além disso, houve avanços na formação missionária oferecida pelo Centro Cultural Missionário (CCM) e foram realizados vários cursos e congressos, como o Congresso Missionário para Seminaristas.

Missão Continental

Para dom Sérgio, todas estas atividades se inserem no projeto “O Brasil na Missão Continental”. “A Missão Continental no Brasil não é tanto de eventos, mas é a animação missionária de toda a Igreja no Brasil com gestos como Congressos, o projeto Um milhão de Bíblias, Missões Populares”, explica.

“A ideia da Missão Continental pegou. No Brasil, a gente fala, respira, reflete missão. Não significa que, na prática, tudo se realiza, mas as pessoas se convenceram de que a missão é essencial [para a Igreja]. A renovação que se pede, passa pela missão”, acrescenta dom Sérgio.

O presidente do Comina explica que, no caso do Brasil, a Conferência de Aparecida não foi ponto de partida, mas de chegada em relação à missão. “No Brasil, o grande marco de animação missionária foi o Congresso realizado em Belo Horizonte em 1995 [Congresso Missionário Latino-americano 5]. Já tínhamos também projetos missionários. Aparecida dá nova dimensão quando acrescenta o discipulado ligado à missionariedade”, recorda dom Sérgio.

Amazônia

Sobre a Amazônia, dom Sérgio lembra que é cada vez mais visível o esforço da CNBB de assumir a missão na Região como responsabilidade da Igreja no Brasil.

“A Igreja no Brasil vê a Amazônia como responsabilidade sua. A própria Igreja na Amazônia percebe sua missionariedade de não só receber [ajuda para a missão], mas também oferecer [experiências missionárias]”, sublinha o bispo.

Dom Sérgio se preocupa, no entanto, com o risco da missão não atingir áreas mais complexas da Amazônia. “É preciso se preocupar com a Amazônia das periferias e das fronteiras, onde estão os desafios como a questão do narcotráfico, por exemplo. A tentação é ficar na Amazônia mais visível”.

Visita do senador

O Comina recebeu, no final da reunião, a visita do senador gaúcho, Pedro Simon. Segundo dom Sérgio, o senador foi rever um bispo amigo, membro do Comina, e conhecer o trabalho do Conselho.