O assentamento Serra Verde, em Bonfim (BA) sediou o seminário da 5ª Semana Social Brasileira, promovido pelas Pastorais e Movimentos Sociais. Os participantes fizeram memória das semanas sociais anteriores e falaram de como se deu a entrada da diocese na temática social, a partir da 3ª SSB (1999).
Segundo os organizadores do evento, o Grito dos Excluídos contribuiu para a realização das semanas sociais na diocese de Bonfim. Esta foi a forma encontrada para articular as mais de mil Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) existentes na diocese naquela época. Elaboraram cartilhas que foram multiplicadas por todas as paróquias e os debates se deram desde as comunidades até os municípios, culminando com uma grande conferência a nível diocesano, com oficinas de debates temáticos e a promoção de uma feira de economia solidaria.
A convivência com o semiárido e as consequências da seca prolongada são os grandes desafios enfrentados, sobretudo pela população do campo. A construção das cisternas para captação da água de chuva teve início na região na década de 1990 e, com a criação da ASA (articulação do semiárido), reivindicou-se do governo a responsabilidade política sobre esta questão, cujo protagonismo é da sociedade civil organizada.
Segundo padre Nelito Dornelas, assessor da Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, os participantes do seminário afirmaram a importância e a pertinência da temática da 5ª SSB “Estado pra que e pra quem”, considerando que a presença do Estado na região é profundamente marcada pela ambiguidade, cujos recursos destinados às políticas compensatórias são infinitamente menores do que os recursos destinados para os grandes projetos, cujos beneficiados são os grupos oligárquicos dominantes.
