Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
O primeiro de maio sempre trás para toda sociedade o repensar o trabalho como questão chave para entender porque a proteção e salvaguarda da atividade laboral humana é sinal de democracia, inclusão e esperança. Quando falta o emprego numa determinada sociedade como a nossa, todo o conjunto da convivência citadina fica prejudicado, e o próprio tecido social se esgarça e rompe, aumentando a desagregação familiar e coletiva.
Um desenvolvimento econômico que não gere postos de trabalho, mas que leva os trabalhadores a precariedade e a insegurança atenta seriamente contra o bem comum. Não será garantindo lucros exorbitantes para o capital rentista e financeiro, desisdustrializando o pais que construiremos a civilização do trabalho digno e decente, eixo de uma sociedade saudável e convergente.
Neste ano de eleições um dos critérios de aprovação de um candidato ou partido é verificar seu comprometimento com os direitos dos trabalhadores e seu empenho para que o Estado como empregador indireto, junto a empreendedores responsáveis, possam promover um desenvolvimento integral, solidário e sustentável, multiplicador de empregos. Por outra parte o dia dos trabalhadores configura um momento reflexivo e de tomada de consciência, da própria força que se tem para alavancar um sonho inspirador para toda a sociedade, de um amanhã promissório, justo e fraterno, sem exploração nem miséria.
Fazer memória das conquistas que não foram dadas de mão beijada, mas fruto da unidade e solidariedade da classe trabalhadora que hoje como sempre continua a fazer avançar o Brasil, como povo cordial, sofrido e irmanado na busca de dias melhores. Nenhum direito a menos, por trabalho digno para todos/as, por um Estado Social de Direito que garanta uma Democracia viva e participativa.
Que São José padroeiro dos trabalhadores os impulsione e ilumine na caminhada esperançosa para o reconhecimento pleno dos direitos do trabalho. Deus seja louvado!
