Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Iniciamos com um olhar sobre o país anfitrião, a Rússia de Putin aproveitou este evento mundial para consolidar o seu prestigio como liderança global e o peso da geopolítica euro- asiática. Percebem-se avanços na Economia, na proteção da família, da Religião e na retomada dos valores que pautaram a grande Rússia como Nação. Quanto aos times de futebol presentes, foram exitosos os que apresentaram um jogo colaborativo, coeso e integrado, inserindo os craques no esquema coletivo.
Por outra parte, grandes figurões do futebol, Messi, Iniesta, Piqué e, em parte, Cristiano Ronaldo, foram anulados e se desempenharam de uma forma limitada, alguns se despedindo da sua carreira no futebol. Esta geração, que brilhou neste esporte, mostrou a face do estrelismo e da projeção meramente idolátrica faltando lastro humano.
Foi positivo ver com muita competitividade e entusiasmo, países pequenos: Suíça, Bélgica, Islândia, Dinamarca, mas grandes e fortes como democracias sociais e campeões de IDH, o sucesso no esporte tem a ver com distribuição de renda, participação do povo e, fundamentalmente, educação.
Desde o tira-teima ao atual dispositivo que reproduz as jogadas polêmicas de forma pública diminuiu-se a arbitrariedade dos juízes, possibilitando uma normalidade nos jogos e uma previsibilidade nas expectativas. A maioria das equipes se internacionalizou, mostrando jogadores de várias procedências e etnias naturalizados, o
que é muito positivo em termos de convivialidade multicultural, religiosa e racial. Quanto aos torcedores, sempre há um crescimento na alegria, esperança, autoestima e sentimento de pertença, que pode ser canalizado para conquistas mais transcendentes. Também é necessário, nos momentos atuais do nosso país, passar de torcedor a protagonista de uma cidadania atuante e fiscalizadora. É urgente uma verdadeira renovação de nossos partidos e políticos, substituindo e tirando de campo os corruptos, atravessadores, oportunistas, criminosos, para fazer uma limpeza e mudança profunda, colocando o poder a serviço do povo e do bem comum. Busquemos, como dizia São Paulo, a Copa e o prêmio eterno que Nosso Senhor nos dará, pela perseverança e fidelidade. Deus seja louvado!
