Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)
“Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?” (cf. Mc 4,41b)
A Liturgia do XII Domingo do Tempo Comum, nos insere a reflexão de que o homem não está sozinho, abandonado à sua sorte em sua passagem terrena, pois Deus caminha ao lado de sua criação, emanando o amor de Pai e dando-lhe a oportunidade de salvação a todo momento. E, mesmo aos sinais atordoantes que a possam desestabilizar o homem, Deus permanece sempre ao lado de seus filhos e traz a calmaria necessária em meio as tempestades.
Na Primeira Leitura extraída do Livro de Jó (Jó 38,1.8-11), é nos apresentado Deus majestoso, onipotente, a qual domina a natureza, não somente para demonstrar Seu poder, mas para refletir que mesmo o homem, inserido na sua finitude e limitações, Deus sempre ampara a criação com o amor de Pai. Assim, reconhecer a limitação humana, nos resta confiar em Deus, dado a esperança na Sua Salvação.
No Evangelho de Marcos (Mc 4,35-41), reforça esta confiança em Deus, afinal, quando os discípulos se veem no meio da tempestade, Jesus traz a calmaria para aquela situação de quase naufrágio. Jesus, ao ordenar o silêncio ao mar, nos demonstra que nada é impossível a Altíssimo. E, somos advertidos pelo Cristo: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” (cf. Mc 4,40bc), ora se Deus está conosco a todo momento, por que ainda nos sentimos amedrontados em meio as dificuldades de nossas vidas? Assim, não devemos temer, mas sim confiar inteiramente d’Aquele que está onipresente nos dando força para continuar na busca da Salvação.
A Segunda Leitura, extraída da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios (2Cor 5,14-17), Paulo afirma que Deus não é um Deus indiferente, que deixa a sua criação à sorte, muito pelo contrário. Deus envia o seu Filho Unigênito como o Libertador da escravidão do egoísmo; dissipando o mundo velho, findado na Morte, transformando para o mundo novo, com a alvorada da Ressurreição.
Vivificados nas Palavras desta Liturgia, busquemos reconhecer a presença de Deus em nosso dia a dia, a qual tendo fé na onipresença Altíssimo, no consolo em meio as tempestades das vidas, sejamos confiantes e perenes, mesmo que as adversidades do nosso viver nos ofusque a sentir a presença e o amor Deus.
Saudações em Cristo!
