Por um trabalho digno, seguro e saudável! 

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ) 

 

Neste domingo, 01 de maio, sob a luz da Páscoa, e a figura humilde e luminosa de São José Operário, celebramos o Dia Internacional do Trabalho. Dia de comemorar, desde 1886, a difícil e sacrificada conquista da jornada de trabalho limitada a 8 horas. Hoje, pensa-se não só na extensão, que poderia ser reduzida a 40 horas semanais, para ampliar os postos de trabalho, mas na segurança e no cuidado que merece a vida do trabalhador/a.  

Ao mesmo tempo, seria importante levantar a participação equitativa dos frutos do trabalho, e o direito a uma remuneração condigna e justa, para manter a própria família. Lamentavelmente, tem aumentado as incidências não só de acidentes do trabalho, mas as doenças funcionais que incapacitam ou causam sério sofrimento ao trabalhador.  

Senett, um pensador contemporâneo, apresenta a problemática aguda do debilitamento e corrosão do caráter e integridade psicológica dos empregados submetidos a rotinas estressantes e assédios morais que destroem a autoestima do trabalhador. O quadro dramático do desemprego e da precarização, ou subemprego, que geraram um cenário cruel de carências e necessidades prementes a milhões de trabalhadores, torna-se uma ameaça muito real e desestimuladora de tentativas de mobilização ou de simples reinvindicação por melhorias.  

No entanto, como encontramos no belíssimo poema de Vinicius de Moraes: “Operário em construção, que narra a experiência de um simples operário que desconhecia a sua grandiosa missão mas, um dia, contemplando as suas mãos de trabalhador, viu tudo que ele fazia e construía, e se tornou de um operário da construção em um construtor de um mundo novo, crescendo em consciência e esperança solidária, sonhando não só para si mas para seus irmãos(ãs) de sina” 

Que Nosso Redentor, o filho do carpinteiro José, inspire e faça descobrir a todos os trabalhadores, que não só trabalham com a matéria inerte, ou para fazer coisas, mas são trabalhadores da vida, da paz e da justiça, pois levam em seus corações a sede de construir um Reino em que ninguém fique sem trabalho e que todos, até os da última hora, recebam um salário justo e equitativo, sinal da misericórdia de um Deus que quis nascer entre os pequenos e os pobres. Deus seja louvado! 

 

 

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