Eleições 2022, reconciliar, esperançar e samaritanizar o país 

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ) 

 

Chegamos ao fim do segundo turno cansados, tensos e com muitas apreensões e perplexidades. Independentemente dos resultados e do vencedor, haverá dois lados que permanecerão irredutíveis por certo tempo; pelo qual três tarefas primordiais se exigirão ao candidato triunfante, a primeira, reconciliar, superar as feridas, construir pontes e abrir portas conclamando para um grande pacto social e nacional.  

A segunda, igualmente importante, será esperançar e mobilizar a população mostrando um caminho de sonhos possíveis e passos de inclusão e integração socioeconômicos e culturais. A terceira, é uma das expressões recentes do Papa Francisco, samaritanizar, isto é, curar, soerguer, aproximar-se e, fundamentalmente, abrir um espaço de escuta profunda que leve a repensar o Brasil desde a perspectiva do povo e das multidões.  

Para isso, quem assumir a presidência terá que possuir a sabedoria de falar aos corações e às mentes, agregando e ampliando os canais, pontes e espaços de partilha e diálogo. Empoderar o povo com um chamado à participação, ao exercício de uma cidadania ativa e criativa, que possa ser solução e envolver-se no planejamento da reconstrução social do país.  

Desconstruir os aparelhos de condicionamento e de disseminação de fake news, criando confiança e comunicação empática, compassiva e não violenta. Contar com todos os saberes, parceria com as Universidades e criadores da cultura digital e midiática, sem perder as raízes da cultura e piedade popular. Uma educação e uma saúde fortalecidas não só por investimentos inteligentes, mas por tornarem-se prioridade para alavancar um desenvolvimento integral, solidário, sustentável e inclusivo.  

Enfim, devolver ao povo e a todas as famílias a alegria, a cordialidade e a beleza do bem viver e do bom conviver. Deus seja louvado, e unidos pela vida, democracia e pela paz! 

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