A vocação e missão de cuidar, acompanhar e servir aos doentes

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
 

 

No dia 14 de julho de 1614 morria em Roma, São Camillo de Lellis, que por sua obra, testemunho e missão entre os oprimidos pela dor e sofrimento foi considerado pela própria sociedade o Padroeiro dos enfermos, tornando esta data uma memória viva de todos os doentes e dos enfermeiros e cuidadores que os acompanham. 

 Ainda com as marcas e sequelas da maior crise sanitária mundial, reconhecer a importância desta missão entre os doentes, é crescer em termos de civilização humanitária e vivenciar entre nós o Bom Pastor que cuida, acompanha e salva a todas as pessoas prostradas ou atingidas pelo flagelo da doença.  

Torna-se um verdadeiro bálsamo e uma experiência de autêntica compaixão sentirão nosso lado quem compartilha, seca nossas lágrimas e nos escuta com amor incondicional. “Abençoadas mãos que não se cansam de socorrer, amparar e aliviar os doentes, cumprindo as exortações de São Camilo:  

Mais coração nas mãos, e mais justiça restaurativa nos corações”. É sem dúvida inestimável a presença e serviço misericordioso de tantos enfermeiros/as e cuidadores, que se multiplicam e desdobram no atendimento, proporcionando conforto, consolação e abrigo. Tudo isto está a mostrar a necessidade de rezar e interceder pelos cuidadores da saúde, também de cuidá-los, valorizá-los e acompanhá-los para que não se sintam sozinhos, sobrecarregados, estafados, pois precisam também do olhar e atenção humanizadora e espiritual para recuperar suas forças e a mística que impulsiona sua nobre missão.  

Trata-se como dizia o Papa São João Paulo II, de considerar os hospitais como santuários da vida e do cuidado, pleno integral das pessoas inserindo o acompanhamento espiritual e religioso como uma dimensão intrínseca e inseparável do processo de cura e restauração, ou mesmo de cuidados paliativos que elevem a alma e a ajudem a encontrar a luz, sentido e esperança no momento significativo e pontual da doença.  

Enfim, ter sempre a certeza que teve São Camilo que estava num momento de adoração na Capela do Hospital quando vieram avisá-lo que um doente tinha piorado, rapidamente se reergueu e expressou: “Deixo o Cristo que estou adorando para servi-Lo no irmão doente”.  

Entender e compreender finalmente quão preciosa são para os irmãos doentes, nossa proximidade, nossa solidariedade fraterna e disponível e aprender com eles a sermos imagem do Bom Samaritano sempre atento para soerguer, amparar, e ser imagem da solicitude e ternura do Pai das misericórdias. Deus seja louvado! 

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